Açúcar: O mercado spot paulista de açúcar cristal segue sem sinais de aquecimento na demanda, o que pode ser reflexo das menores vendas no varejo. Além disso, nas últimas duas safras, diversas indústrias vêm garantindo o abastecimento negociando maior volume por meio de contratos, reduzindo a participação no spot. O predomínio do clima seco no estado de São Paulo tem agilizado a colheita e a produção de açúcar nesta atual temporada (2024/25).
Algodão: Após dois meses em alta, o valor médio do algodão em pluma caiu no mercado interno em agosto, voltando a operar abaixo dos R$ 4,00/lp. A pressão veio da menor paridade de exportação, devido à desvalorização externa, da necessidade de vendedores em “fazer caixa” e dos avanços da colheita e do beneficiamento.
Arroz: Em agosto, o mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul foi marcado por baixa liquidez e forte disputa entre compradores e vendedores em relação aos preços. Produtores limitaram as ofertas, na expectativa de cotações maiores, enquanto indústrias relataram dificuldades em obter ganhos devido aos elevados valores pedidos.
Boi: Tradicionalmente, entre julho e outubro, o bezerro tem os menores preços devido ao ciclo produtivo e à necessidade de o pecuarista de cria reservar mais espaço para as vacas, com vistas à estação de reprodução nos meses finais do ano. Além disso, o período seco acentua o interesse do criador em colocar à venda sua produção de bezerros.
Café: Agosto foi marcado pelo constante avanço nos preços do café robusta, o que levou a variedade a encerrar o mês valendo mais que o arábica. O impulso veio, dentre outros fatores, da oferta global restrita. O Vietnã, o maior produtor de robusta, vem sofrendo com adversidades climáticas desde o começo do ano, resultando em expectativa de quedas na produção do café e, consequentemente, em redução nos embarques. No Brasil, a baixa umidade no Espírito Santo, principal estado produtor da variedade, já preocupa produtores quanto ao desenvolvimento inicial da próxima temporada 2025/26.
Etanol: Os preços dos etanóis hidratado e anidro encerraram agosto enfraquecidos no segmento produtor do estado de São Paulo. Ainda que a demanda pelo biocombustível tenha seguido firme ao longo do mês, o volume produzido – e, consequentemente, a oferta no spot paulista – esteve um pouco maior.
Frango: Após recuarem em julho, os valores médios da carne de frango no mercado atacadista encerraram agosto em recuperação. O impulso veio da demanda, que esteve aquecida sobretudo na primeira quinzena de agosto – devido ao pagamento de salários –, e da disponibilidade mais enxuta no mercado interno.
Milho: Os preços do milho iniciaram agosto em queda no mercado brasileiro, mas encerraram o mês em alta. Na primeira quinzena, a pressão veio da baixa demanda interna, que também manteve os negócios lentos. Consumidores priorizavam a utilização da mercadoria negociada antecipadamente, adquirindo novos lotes de forma pontual. Vendedores, por sua vez, adotaram posturas distintas, dependendo da demanda e oferta regionais.
Ovinos: Em agosto, os estados do Sul, como Rio Grande do Sul e Paraná, tiveram oferta restrita de ovinos e procura elevada, enquanto Mato Grosso e São Paulo continuam com mercado desaquecido e baixa demanda. Colaboradores do Sul consultados pelo Cepea afirmam que as chuvas em excesso no último trimestre limitaram o consumo e, agora, a procura está maior que a oferta de animais, elevando os preços dessas regiões.
Soja: Os preços da soja oscilaram em agosto. Na primeira quinzena, caíram fortemente, refletindo as expectativas de maior oferta global. Esse cenário deixou consumidores retraídos das aquisições envolvendo grandes volumes no spot nacional. Já na segunda metade do mês, houve recuperação de parte das perdas, diante do aquecimento na demanda da China e da retração de sojicultores domésticos em negociar o remanescente da safra 2023/24.
Trigo: Atentos à colheita e diante da entrada de lotes da nova safra no spot nacional, agentes de moinhos mostraram pouco interesse em adquirir trigo ao longo de agosto – os demandantes ativos ofertaram preços menores. Além disso, a qualidade ainda não é a desejada por compradores, o que fez com que parte dos vendedores disponibilizasse o cereal a valores mais baixos. Esse contexto manteve as cotações enfraquecidas e o mercado, em rimo lento. Ressalta-se que, apesar de escassos, ainda houve disponibilidade de lotes da safra anterior, mas com preços maiores e negócios pontuais.
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