Os produtores brasileiros de café deverão colher 50.38 milhões de sacas na safra 2022, segundo o 3º Levantamento do grão para a atual temporada 2022, divulgado nesta terça-feira (20/9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A colheita já atinge 99% da área destinada para a cultura, e o volume estimado representa um aumento de 5,60% em comparação ao ciclo de 2021 (47,.3 milhões de sacas), informou a estatal em comunicado. Em comparação com a pesquisa anterior, de maio (53.43 milhões de sacas), houve queda de 3.05 milhões de sacas, ou 5,71%.
“O clima adverso influenciou de maneira negativa as produtividades nos dois últimos ciclos. Em 2020, o desenvolvimento da cultura foi impactado pela falta de chuvas e no ano passado, além da estiagem, foram registradas fortes geadas em importantes regiões produtoras”, explicou na nota o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas, Sergio De Zen.
Arábica
Para o café arábica, a Conab estima uma produção de 32.41 milhões de sacas, com aumento de 3,10% em comparação com a safra anterior.
“O crescimento é limitado pela falta de chuvas na fase reprodutiva da cultura, ainda em 2021, e pelas geadas ocorridas em junho e julho do ano passado, principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais”, indicou a superintendente de Informações da Agropecuária da Companhia, Candice Romero Santos.
Desempenho
Com forte impacto do clima adverso, Minas Gerais, principal produtor de café no País, tem produção estimada em 22 milhões de sacas, um volume próximo da estabilidade, com leve queda de 0,50% em comparação com a colheita de 2021.
A maior redução ocorreu no sul do estado, com uma queda na produtividade em torno de 17,80%. Já na Bahia, onde o clima se apresentou mais favorável para o desenvolvimento das lavouras, é estimado um aumento de 11% no desempenho no campo, saindo de 21,1 sacas colhidas por hectare para 23,4 sacas por hectare.
No Espírito Santo e no Rio de Janeiro, a melhora na produtividade é ainda maior, chegando a 30,3 sacas por hectare nas lavouras cariocas e 27,5 sacas por hectare nos cafezais capixabas de arábica, um aumento de 55,90% e 29,50% respectivamente.
Conilon
No caso do conilon, a Conab estima um novo recorde de produção, com volume próximo de 18 milhões de sacas beneficiadas do produto, um aumento de 10,30% em relação à safra anterior.
Menos afetada pela característica da bienalidade, a planta desta variedade tem apresentado melhora na produtividade a cada período, atingindo, neste ano 46,2 sacas colhidas por hectare, maior número já registrado. Além do bom desempenho, também é previsto um aumento de área na ordem de 3,40%, estimada em 388.800 hectares.
Produção nos estados
Principal produtor de conilon no Brasil, o Espírito Santo tem produção estimada de 12.23 milhões de sacas, um aumento de 9% em relação à safra anterior.
Neste ano, Rondônia se coloca como o segundo maior produtor dessa variedade do grão, com colheita estimada de 2.8 milhões de sacas do produto beneficiado, seguido da Bahia, com colheita estimada de 2.33 milhões de sacas.
“A tendência é que a produção do conilon continue registrando crescimento em condições climáticas favoráveis. Há espaço para a melhora na produtividade em importantes regiões produtoras”, indicou o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.
“A Bahia apresenta o melhor desempenho para esta espécie no País, como uma produtividade de 57,9 sacas por hectare. Já para o Espírito Santo e Rondônia a estimativa é que sejam colhidas por hectare 47,2 sacas e 43,1 sacas, respectivamente, o que demonstra o potencial da cultura”.