Conab: safra 2021/22 indica produção de 269.13 milhões de toneladas

A produção de grãos no Brasil na safra 2021/22 poderá totalizar 269.13 milhões de toneladas, o que representa 5,40%, ou 13.8 milhões de toneladas a mais em comparação com a safra anterior 2020/21 (255.51 milhões de toneladas). Os números fazem parte do sétimo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira.

No entanto, em comparação com o primeiro levantamento da estatal para a atual safra 2021/22, quando a estimativa era de 288.6 milhões de toneladas, o volume representa uma redução de 6,70%, ou 19.3 milhões de toneladas. A queda pode ser atribuída, em grande parte, às “condições climáticas adversas observadas nos estados da região Sul e no centro-sul de Mato Grosso do Sul, com perdas maiores na soja e no milho”.

Segundo o levantamento, a área plantada total no País foi estimada em 72.9 milhões de hectares, com alta de 4,40% em relação à safra 2020/21. Os maiores aumentos de área foram registrados na soja, com 4,10%, ou 1.6 milhão de hectares e no milho, com 6,50% ou 1.3 milhão de hectares.

Condições climáticas

Em comunicado, o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, indicou que “o resultado até o fim desta safra vai depender muito do comportamento climático, fator preponderante para o desenvolvimento das culturas”.

“Entre os meses de março e abril, se aproxima a conclusão do plantio da segunda safra brasileira, na qual se destaca a cultura do milho. As chuvas foram mais regulares em toda a região produtora, inclusive no Sul do País, o que permitiu o plantio em boas condições de umidade. O produtor fez sua parte. Agora vamos esperar pelo clima”, disse Ribeiro.

Soja

Nos resultados por cultivo, a soja tem produção estimada de 122.43 milhões de toneladas, uma redução de 11,40% em relação à safra anterior (138.15 milhões de toneladas).

“As boas precipitações ocorridas em praticamente todo o País ajudaram na recuperação de uma pequena parcela de lavouras semeadas tardiamente na região Sul e em Mato Grosso do Sul, mas não reverteram o quadro de queda da produtividade, já anunciado em levantamentos anteriores”, comentou em nota o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

“O Rio Grande do Sul segue como o estado mais atingido pelo déficit hídrico, seguidos por Paraná e Mato Grosso do Sul. Em cenário oposto, a maioria dos outros estados conseguiu produtividades superiores às obtidas na última safra, com destaque para o Piauí, com rendimento positivo de 12,70%”, destacou o diretor.

“No entanto, a queda na produção do País foi amenizada principalmente pelo aumento de 4,10% da área plantada, totalizando 40.8 milhões de hectares nesta safra”.

Milho

Para o milho, a produção total estimada é de 115.60 milhões de toneladas, 32,70% superior ao ciclo anterior (87.10 milhões de toneladas). A colheita da primeira safra do cereal, de verão, está adiantada e pode totalizar 24.89 milhões de toneladas (mais 0,60% em relação a de 2020/21, que foi de 24.73 milhões de toneladas).

Na segunda safra, de inverno, ou safrinha, onde predomina a fase de desenvolvimento, a colheita pode totalizar 88.54 milhões de toneladas, contra 60.74 milhões de toneladas em 2020/21, e com aumento de 45,80%. Já a terceira safra inicia o plantio a partir da segunda semana de abril, com previsão de colheita de 2.18 milhões de toneladas, e aumento de 33,90% em relação a anterior (1.63 milhões de toneladas).

Apesar da alta no volume total de milho, o Conab destaca a forte queda de 20,40% na produtividade da região Sul durante a primeira safra, fato que causou uma redução de até 15,60% da produção naquela região.

“Isso é explicado por um severo déficit hídrico causado pela ausência de chuvas no Sul do País ao fim de 2021 e início de 2022”, esclareceu a superintendente de Informações da Agropecuária, Candice Santos. Em contrapartida, ela ressaltou que a Conab estima um aumento de 36,30% da produtividade do milho para a segunda safra, dado que permitirá uma produção de 88.5 milhões de toneladas do cereal no segundo ciclo”.

Algodão

Em outras culturas, como o algodão, as condições climáticas têm favorecido o desenvolvimento, aliadas ao ganho de área, o que deve resultar numa produção de 2.83 milhões de toneladas da pluma, 19,90% superior à safra passada (2.36 milhões de toneladas).

Feijão e arroz

Para o feijão é previsto um total de 3.1 milhões de toneladas, 7,60% superior à safra anterior (2.89 milhões de toneladas).

A primeira safra da leguminosa está com a colheita encerrada (933.000 toneladas contra 976.400 toneladas, ou queda de 4,40%); a segunda está em andamento (previsão de 1.37 milhão de toneladas, com aumento de 20,30% em relação a anterior, que foi de 1.14 milhão de toneladas) e a terceira safra tem seu plantio ocorrendo a partir de meados de abril (estimativa de colheita de 812.200 toneladas ou aumento de 4,20% em relação a de 2020/21, que foi de 779.600 toneladas).

Já no caso do arroz, a produção estimada é de 10.53 milhões de toneladas – 10,50% inferior ao volume da safra passada (11.77 milhões de toneladas), das quais 9.7 milhões de toneladas são de cultivo irrigado e 800.000 toneladas de plantio de sequeiro.

Outras culturas

Nas culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada trigo e triticale), o plantio ainda é incipiente. A produção de trigo deve ser de 7.91 milhões de toneladas, com aumento de 3% em relação a safra do ano passado (7.68 milhões de toneladas).

Exportações

Neste levantamento de abril, a Conab manteve a estimativa para 2022 das exportações de algodão em 2.05 milhões de toneladas; de arroz em 1.3 milhão de toneladas e de feijão em 200.000 toneladas.

Para o trigo, considerando que a previsão de volume exportado entre agosto de 2021 e março de 2022 já supera 2.8 milhões de toneladas, é esperado um aumento no período correspondente ao ano comercial que vai até julho. Diante disso, a estimativa é que sejam exportadas três milhões de toneladas. Confirmado esse volume, será o recorde da série histórica para o trigo.

Em compensação, para a soja houve redução no volume estimado de exportações, passando de 80.16 milhões de toneladas para 77 milhões de toneladas, motivada por um maior direcionamento para a produção e venda de óleo, em detrimento do grão.

Já em relação ao milho, as exportações devem passar de 35 milhões de toneladas para 37 milhões de toneladas neste levantamento.

“Acreditamos que o aumento da produção brasileira, alinhada à demanda internacional aquecida, deverá promover essa elevação de 77,80% das exportações do grão na safra 2022, compreendida entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023”, estimou o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.

Estoques finais

Em relação aos estoques finais estimados para as principais commodities brasileiras, Silveira confirmou que, no caso do milho, as alterações não foram significativas, sendo o estoque de passagem para a safra 2021/22 previsto em 10.84 milhões de toneladas, com aumento de 5,16% em relação ao último levantamento e de 40,61% em relação à safra 2020/21, em consequência da perspectiva de recuperação da segunda safra.

Para a soja, é esperado que o estoque ao final deste ano seja de 2.5 milhões de toneladas, praticamente com estabilidade em relação ao último levantamento, dado que o maior esmagamento, que saiu de 42.93 milhões de toneladas no mês de março para 46.5 milhões de toneladas nesse levantamento, foi compensado pela redução nas exportações de grãos previstas.

 

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

 

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