Conab: redução da safra de algodão será ainda maior

A safra de algodão 2020/21 deve ser ainda menor do que a estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no primeiro levantamento da safra de grãos em outubro. Na ocasião, a área esperada para a cultura era de 1.614 milhão de hectares e uma produção de 2.816 milhões de toneladas de algodão em pluma, com queda de 6,40%.

No último levantamento, divulgado neste mês, a expectativa de área caiu 1.424 milhão de hectares ou uma redução de 14%. A produção deve ser de 2.51 milhões de toneladas ou 16% a menos.

O algodão tem perdido espaço para o milho, que está bem valorizado no mercado. As exportações acima dos dois milhões de toneladas devem fazer o estoque final cair depois de cinco anos consecutivos de altas.

Mas o cenário não é de tudo ruim. A menor oferta interna deverá manter os preços no mercado doméstico elevados e proporcionar boa rentabilidade ao produtor.

Relevância

Segundo a Conab, mesmo com a queda nesta safra, tal cultivo, realizado em sucessão às culturas de primeira safra, tem ganhado bastante relevância no âmbito nacional, gerando maior aproveitamento de terras agricultáveis, além de diversificação para os investimentos dos produtores.

Vale ressaltar que as lavouras plantadas mais cedo, entre novembro e dezembro de 2020, têm apresentado bom desenvolvimento nas principais regiões produtoras e já estão em fases fenológicas mais avançadas, como floração e formação de maçãs.

As condições climáticas ainda apresentam oscilações, especialmente em relação às chuvas, porém, a expectativa atual é que não haja comprometimento nas operações de implantação das lavouras dentro do período ideal de semeadura.

Centro-Oeste

No Centro-Oeste, a maior região produtora do País, a estimativa de área plantada é de 1.066 milhão de hectares, com redução de 13,60% em comparação com a safra anterior.

Em Mato Grosso, que participa com mais 95% deste total, o plantio de algodão está finalizado. Houve a confirmação de redução na área plantada em comparação à temporada passada, especialmente em razão da menor janela para o plantio, do risco associado à semeadura fora do período ideal e da alta dos preços pagos pelo milho.

Isso gerou maior concorrência de área para o algodão na escolha da cultura de sucessão à soja de primeira safra. Portanto, o total semeado nesse ciclo ficou em 1.014 milhão de hectares, representando uma redução de 13% em relação a 2019/20. As lavouras apresentam boas condições fitossanitárias.

Nordeste

Na região Nordeste, a Bahia, segundo maior produtor nacional, também registra expressiva redução na área plantada, atingindo 266.000 hectares, 15,20% de redução em relação à safra 2019/20.

Essa diminuição é fruto da retração do mercado, ocorrida durante a pandemia da Covid-19, que provocou a paralisação das vendas, além da erradicação de lavouras de segundo ciclo no Centro-Norte baiano, em razão do plano de defesa agropecuário local, visando ao combate do bicudo do algodoeiro.

De maneira geral, as lavouras estão, predominantemente, em fase reprodutiva, com perspectiva de melhores rendimentos nas áreas concentradas no extremo oeste do estado, pois foram menos afetadas pela escassez hídrica.

Além disso, houve reduções mais expressivas no potencial produtivo das lavouras localizadas no centro-sul baiano, onde a estiagem perdurou por mais tempo e acometeu a cultura em fases críticas do desenvolvimento.

 

 

Fonte: Agrolink

Equipe SNA

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