Conab: produção de café em 2021 deve totalizar 46.85 milhões de sacas

A produção brasileira de café deste ano, em fase final de colheita, deve totalizar 46.85 milhões de sacas. O volume corresponde a uma redução de 25,70% em relação ao volume da safra de 2020, que foi recorde de 63.08 milhões de sacas.

Em comparação com o levantamento anterior, do fim de maio, quando a safra foi estimada em 49 milhões de sacas, houve queda de 4,40% (menos 2.15 milhões de sacas). Os dados fazem parte do 3º Levantamento da Safra 2021 do produto, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira.

A Companhia informou que, “além dos efeitos fisiológicos da bienalidade negativa, observados em diversas regiões produtoras neste ciclo, os motivos para a redução também incluem as condições climáticas adversas de seca em muitas localidades e as geadas, que ocorreram em junho e julho.”

Estes fatores, segundo a Conab, “influenciaram tanto para a redução do rendimento médio como para a diminuição da área em produção”.

Área plantada

A área em produção, por sua vez, é atualmente estimada em 1.8 milhão de hectares, 4,40% menor do que a da safra anterior. O levantamento da Conab ocorreu em um momento em que mais de 95% das áreas plantadas já foram colhidas.

Arábica e conilon

A produção de café arábica está estimada em 30.7 milhões de sacas, 36,90% a menos quando comparado ao volume produzido na safra anterior. O conilon (robusta), por sua vez, deve registrar uma produção de 16.15 milhões de sacas, o que indica um aumento de 12,80% sobre o volume de 2020.

Bienalidade

A Conab explicou que o café é uma das culturas que tem a característica da bienalidade. Isso significa que um ano a cultura produz um maior número de frutos, o que exige da planta mais nutrientes.

“Em decorrência deste fato, no ano seguinte ela recompõe suas estruturas vegetais e reservas, reduzindo sua produção. Por causa da bienalidade negativa, os efeitos fisiológicos nas lavouras ficam mais latentes na fase de produção, especialmente para o café arábica, que é mais sensível a este fenômeno se comparado ao café conilon”, relatou a Companhia.

Minas, Espírito Santo e São Paulo

Com relação aos estados produtores, Minas Gerais deverá totalizar 21.4 milhões de sacas, com queda de 38,10% em comparação com 2020. Já a estimativa de colheita para o Espírito Santo deve ser de pouco mais de 14 milhões de sacas, 11 milhões de sacas do conilon e três milhões de sacas do arábica.

Em seguida vem o Estado de São Paulo, com produção estimada em quatro milhões de sacas de café arábica. Isso representa uma redução de 35,10% na comparação com a safra anterior, que chegou a pouco mais de seis milhões de sacas.

Bahia, Rio, Goiás e Mato Grosso

A Bahia deverá produzir quase 3.5 milhões de sacas, 13% a mais que no ano de 2020. Rondônia vai colher quase 2.2 milhões de sacas, uma queda de 11,30%. No Paraná, a produção está estimada em quase 873.000 sacas.

O Rio de Janeiro, por sua vez, tem produção estimada de 236.000 sacas, com queda de 36,40%. Em Goiás serão 212.000 sacas, 14,40% a menos do que em 2020. Finalmente, Mato Grosso deverá produzir 194.000 sacas.

Diferentemente dos demais estados, Mato Grosso registrou um aumento de 22,60% em relação à safra anterior. “Isso se deve a uma mudança no sistema de produção do estado, que passa por transformações, com o predomínio de novos materiais propagativos e maiores investimentos na cafeicultura estadual”, informou a Conab.

Exportações

Ainda segundo a estatal, de janeiro a agosto de 2021, o Brasil exportou cerca de 28.4 milhões de sacas de 60 kg em equivalente de café verde, um aumento de 8,70%. Essas exportações tendem a continuar aquecidas em razão da valorização do café no mercado internacional e da taxa de câmbio elevada no Brasil.

Incerteza

“No entanto, há uma limitação na disponibilidade interna em razão da queda da produção de café em 2021”, indicou a Companhia. Somado a este fator, há uma grande preocupação com a produção a ser colhida em 2022, em virtude da seca prolongada e da ocorrência de geadas neste inverno.

“O cenário de incerteza quanto à oferta futura deixa muitos produtores retraídos e afastados do mercado, dosando a oferta de seus estoques diante da expectativa de preços mais atrativos no futuro”, destacou a Conab.

“Além dos problemas climáticos sobre a produção, o patamar elevado das exportações acentua ainda mais a restrição da oferta interna e o aumento dos preços no mercado doméstico.”

 

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

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