A produção brasileira de grãos na safra 2020/21 deve totalizar 253.98 milhões de toneladas, volume 1,20% menor do que o da safra anterior (257.01 milhões de toneladas). A estimativa é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu 11º levantamento divulgado nesta terça-feira.
Segundo a Conab, apesar de ter havido aumento de área plantada em cerca de 4%, a redução na produção se deve, principalmente, à queda das produtividades estimadas nas culturas de segunda safra, “justificada pelos danos causados pela seca prolongada nas principais regiões produtoras, bem como às baixas temperaturas com eventos de geadas ocorridas nos estados da região centro-sul do País”.
Entre as culturas mais prejudicadas destaca-se a do milho. A produção total deve atingir 86.65 milhões de toneladas, com queda de 15,50% em relação a 2019/20 (102.59 milhões de toneladas). A primeira safra, de verão, está estimada em 24.9 milhões de toneladas (- 11% em relação a 25.69 milhões de toneladas em 2019/20).
Safrinha
A segunda safra, safrinha ou de inverno, deve ser de 60.32 milhões de toneladas (- 19,6% em relação a 75.05 milhões de toneladas em 2019/20). A terceira safra, cultivada no Norte/Nordeste, pode totalizar 1.43 milhão de toneladas (- 22% em relação a 1.84 milhão de toneladas em 2019/20).
Segundo a Conab, apenas para a segunda safra do cereal, a queda na produtividade estimada é de 25,70%, uma previsão de 4.065 quilos por hectare.
A estatal destaca que a redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um aumento de área plantada de 8,10%, totalizando 14.87 milhões de hectares. Além disso, Mato Grosso, principal estado produtor, foi o que menos registrou condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal.
Soja, arroz e feijão
Com a colheita encerrada, a soja registrou um aumento de 11.1 milhões de toneladas na produção desta safra 2020/21. Desta forma, o Brasil se mantém como maior produtor mundial da oleaginosa, com uma colheita recorde de 135.9 milhões de toneladas, 8,90% maior em comparação com 2019/20 (124.84 milhões de toneladas).
Para o arroz, a produção neste ciclo obteve alta de 5% em relação ao período anterior, chegando a 11.74 milhões de toneladas contra 11.18 milhões de toneladas em 2019/20.
Já em relação ao feijão, as atenções se voltam para a cultura da terceira safra, que está em fase inicial de colheita. A produção total é estimada em 2.94 milhões de toneladas, 8,80% menor que a obtida na safra 2019/2020 (3.22 milhões de toneladas), por causa do impacto da seca nas principais regiões produtoras do País.
Algodão e trigo
A produção de algodão em pluma em 2020/21 deve totalizar 2.34 milhões de toneladas, representando uma queda de 22% em comparação com o período anterior (3 milhões de toneladas).
A Conab ressalta ainda o trigo entre as culturas de inverno. Na atual safra, a estimativa é que a produção seja de 8.6 milhões de toneladas (aumento de 37,80% em relação a 2020, quando a produção foi de 6.23 milhões de toneladas), um novo recorde para o País, caso confirmada a estimativa.
Com o plantio já encerrado, o grão registra um expressivo aumento na área de 15,10%, totalizando 2.7 milhões de hectares. No entanto, as condições climáticas das lavouras podem influenciar os resultados. As consequências das geadas registradas nas principais regiões produtoras nas últimas semanas ainda serão quantificadas pela Conab.
A Companhia informa ainda que os preços elevados no mercado internacional nos últimos anos incentivaram a produção. Aliado à valorização externa, o alto custo do milho no cenário nacional também favoreceu o cultivo do trigo, por ser um possível substituto para a ração animal.
Fontes: Broadcast Agro/Valor
Equipe SNA