A produção brasileira de grãos na safra 2020/21, em fase de colheita, deve registrar um recorde de 273.80 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 6,50%, ou mais 16.8 milhões de toneladas, em comparação com o período anterior 2019/20 (257.02 milhões de toneladas). Os números fazem parte do 7º levantamento divulgado nesta quinta-feira (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em comparação com o levantamento anterior, de março, houve aumento de 0,50%, ou 1.48 milhão de toneladas, “sustentado especialmente pelo crescimento de 1,10% na área plantada de milho segunda safra, além do ganho na produtividade da soja”, informa a Conab em comunicado.
Segundo a Conab, o destaque acontece, sobretudo, a partir da consolidação do plantio das culturas de segunda safra e início de semeadura das culturas de inverno, com sustentação no aumento geral de 68.5 milhões de hectares e bom desempenho da soja e do milho.
Com relação a área total de plantio, o boletim registra um aumento de 3,90% sobre a safra anterior, com estimativa de alcançar 68.5 milhões de hectares contra 65.93 milhões de hectares em 2019/20. “Esse volume conta com a participação de cerca de 20 milhões de hectares provenientes das lavouras de segunda e terceira safras e as de inverno, que ocuparão a pós-colheita da soja e do milho primeira safra”, indica a estatal.
No caso da soja, que tem o Brasil como maior produtor mundial, o volume deve registrar novo recorde, estimado em 135.54 milhões de toneladas, 8,60% ou 10.7 milhões de toneladas superior à produção da safra 2019/20 (124.84 milhões de toneladas).
O milho total também sinaliza uma produção recorde, com a estimativa de atingir 108.97 milhões de toneladas e aumento de 6,20% em relação a produção passada (102.57 milhões de toneladas). Serão produzidas 24.5 milhões de toneladas na primeira safra (menos 4,60% em relação as 25.69 milhões de toneladas de 2019/20), 82.6 milhões de toneladas na segunda (mais 10,10% em relação as 75,50 milhões de toneladas) e 1.8 milhão de toneladas na terceira safra (praticamente estável).
A produção de arroz deve registrar uma queda de 0,80% em relação ao volume colhido na safra anterior, totalizando 11.09 milhões de toneladas contra 11.18 milhões de toneladas.
Para o algodão, a produção estimada é de 2.49 milhões de toneladas de pluma, correspondendo a uma queda de 16,90% em relação a safra anterior (3 milhões de toneladas).
Com relação ao feijão, é estimado um aumento de 2% na produção, somando-se as três safras, totalizando 3.29 milhões de toneladas. A primeira safra tem a colheita praticamente concluída (1.12 milhão de toneladas, queda de 4,20%. A segunda está em andamento, estimada em 1.43 milhão de toneladas (mais 5,10%) e a terceira com o plantio a partir da segunda quinzena de abril está estimada em 821.600 toneladas).
Completam os números do levantamento também o amendoim, com produção total de 595.800 toneladas e aumento de 6,90%.
O trigo, cujo plantio deve ser intensificado a partir do próximo mês, sinaliza uma produção de 6.37 milhões de toneladas, representando um aumento de 2,20% em comparação com 2020 (6.23 milhões de toneladas).
Exportações
O algodão em pluma continua com um cenário positivo no mercado internacional e, com isso, as exportações no acumulado de janeiro a março aumentaram 18,10% em relação ao último ano, informa a Conab.
Já para o milho, os embarques do ano continuam lentos. No entanto, dada a conjuntura no mercado externo, a Conab estima exportações em 35 milhões de toneladas para a safra atual, volume praticamente igual ao registrado na última safra.
Para a soja, a estimativa das exportações é de 85.6 milhões de toneladas (aumento de 3%). Confirmada a previsão, será um recorde da série histórica. O suporte seria dado pela demanda internacional ainda aquecida e pelo alto porcentual de comercialização observado para a safra atual. “Destaca-se, no entanto, as informações referentes às exportações de março, que foram 24% superiores em relação ao mesmo período do ano passado. Isso ocorreu em função do atraso da colheita, o que implicou em um ritmo mais lento nas exportações em janeiro e fevereiro, compensado no mês de março”, indicou a Conab.
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