Conab: 4ª estimativa para safra 2023/24 aponta redução na produção de 4,20% em relação à safra anterior

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A produção brasileira de grãos na safra 2023/24 deve totalizar 306.37 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 4,20%, ou 13.5 milhões de toneladas em relação à safra anterior de 2022/23, que foi de 319.86 milhões de toneladas. Os números fazem parte do 4º Levantamento para a safra 2023/24, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados hoje. Em comparação com a pesquisa anterior, de dezembro, houve uma queda de 1,90%, ou 5.93 milhões de toneladas.

Segundo comunicado da Conab, de um modo geral, as condições climáticas instáveis, com chuvas escassas e mal distribuídas aliadas a altas temperaturas na Região Central do País, além de precipitações volumosas na Região Sul, provocaram e ainda provocam atraso do plantio da safra, além de influenciarem de maneira negativa no potencial produtivo das lavouras.

Em relação à intenção de plantio, o levantamento da Conab estima uma área de 78.78 milhões de hectares na safra 2023/24, um pequeno aumento de 0,30% em comparação com a área da safra anterior de 78.55 milhões de hectares.

O Superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Aroldo Antônio de Oliveira Neto, informou na nota que “a atual safra tem a característica de ser uma das mais complexas para a estimativa de área, produtividade e produção nos últimos tempos. As dificuldades podem ser resumidas nos problemas climáticos, que causam incertezas e prejudicam a tomada de decisão pelos produtores”.

Principal cultura do País, a safra da soja deve totalizar 155.27 milhões de toneladas, o que representa uma quebra de 4,20%, uma vez que as primeiras estimativas indicavam uma colheita de 162 milhões de toneladas. Em relação à safra anterior (154.61 milhões de toneladas), a estimativa é de um pequeno aumento de 0,40%.

Segundo a Conab, chuvas mal distribuídas e temperaturas elevadas influenciaram de maneira negativa tanto o plantio, como o desenvolvimento das lavouras. As condições climáticas também foram determinantes para alguns produtores migrarem para outras culturas, contribuindo para a redução da área em relação ao levantamento divulgado em dezembro.

No caso do milho, a produção total está estimada em 117.60 milhões de toneladas, queda de 10,90% em relação ao ciclo anterior (131.85 milhões de toneladas). A queda é reflexo de uma menor área plantada e de uma piora na estimativa da produtividade das lavouras, informou a Conab. A primeira safra do cereal, que representa 20,70% da produção, vem passando por situações adversas como, elevadas precipitações nos estados do Sul, baixa pluviosidade acompanhada pelas altas temperaturas no Centro-Oeste. A primeira safra, ou de verão, está estimada em 24.38 milhões de toneladas, queda de 10,90% em relação à safra anterior (27.37 milhões de toneladas).

Segundo o boletim da Conab, para a segunda safra do grão, de inverno, além de avaliar os custos, as decisões dos produtores dependem de fatores climáticos, de disponibilidade de janela para o plantio e dos preços de mercado. A Conab estima a segunda safra do cereal em 91.24 milhões de toneladas, também uma queda de 10,90% em relação à safra anterior (102.37 milhões de toneladas).

Com a colheita encerrada, o trigo registra uma produção de 8.1 milhões de toneladas. Até o início da fase reprodutiva, as condições climáticas vinham beneficiando as lavouras, com perspectivas de uma safra recorde semelhante à de 2022. Mas a partir de setembro, teve início o período com chuvas excessivas que persistiu até a colheita, situação que causou perdas na produtividade, indicou a Conab.

Para o algodão, é estimado um aumento na área de 6,20% em relação a da safra 2022/23. Com o plantio se aproximando de 32% no País, segundo a Conab, a área estimada de cerca de 1.77 milhão de hectares poderá variar, já que parte da área que deveria ser replantada com soja em Mato Grosso poderá ser utilizada para o plantio da fibra. Atualmente a estimativa é de uma colheita de 3.10 milhões de toneladas de pluma, queda de 2,30% em relação a 2022/23 (3.17 milhões de toneladas).

Outro importante produto para os brasileiros, o arroz tem uma estimativa de produção de 10.76 milhões de toneladas, aumento de 7,20% em relação à 2022/23 (10.03 milhões de t). Segundo a Conab, se por um lado os preços do cereal incentivaram o aumento da área em alguns estados produtores, por outro, o atraso no plantio, o volume excessivo de chuvas ou de períodos de veranicos que ocorreram em regiões diversas, além das dificuldades nos tratos culturais, são variáveis para o registro de impactos desfavoráveis na produtividade.

Para o feijão é estimada uma estabilidade na produção, quando se compara com a safra passada, com uma colheita de 3.03 milhões de toneladas, leve queda de 0,20% em relação a 2022/23 (3.04 milhões de toneladas). Porém, o plantio da primeira safra da leguminosa caminha para a conclusão e vem registrando alterações negativas, por causa da instabilidade do clima, indicou a Conab.

Fonte: Conab
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