A safra brasileira de café em 2020, cuja colheita deve começar entre abril e maio, pode alcançar entre 57.2 milhões e 62.02 milhões de sacas de 60 kg beneficiadas, representando aumento de 15,90% a 25,80% na comparação com 2019 (49.31 milhões de sacas). Os números fazem parte do primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado hoje.
Segundo a Conab, o resultado pode ser atribuído em grande parte à bienalidade positiva, sobretudo no café arábica, favorecendo a colheita em quase todas as regiões produtoras do País.
No primeiro levantamento de café na safra 2020, a área total cultivada no País com café (arábica e conilon) totaliza 2.16 milhões hectares, aumento de 1,40% em relação à área cultivada em 2019. Desse total, 276.600 hectares estão em formação, redução de 13,30% em comparação com o período anterior e 1.88 milhão de hectares se encontram em produção, representando um aumento de 4% em relação à safra 2019. No ano passado, quando ocorreu a safra de bienalidade negativa, os produtores, como fazem frequentemente, aproveitaram o período para realizar tratos culturais nas lavouras.
A bienalidade positiva para o arábica em 2020 deve se refletir em produtividades superior. Se estima que a produtividade deva ficar entre 30,31 sacas e 32,89 sacas por hectare, representando um aumento entre 11,40% e 20,90% em relação à safra passada, que foi de bienalidade negativa.
“O aumento deve ocorrer em quase todas as principais regiões produtoras”, indicou a Conab, em relatório. Onde predomina o cultivo de conilon, a expectativa é de produtividades próximas à da safra passada em virtude das boas condições climáticas.
O Brasil deve colher entre 43.2 milhões e 45.98 milhões de sacas beneficiadas de arábica e entre 13.95 milhões a 16.04 milhões de sacas de conilon.
A produção de café arábica, influenciada pela bienalidade, deverá ter um aumento entre 26% e 34,10%, respectivamente, em comparação com o volume produzido na safra passada. Mas, em relação a 2018, haverá um decréscimo entre 3,20% e 9%. A Conab argumenta que a floração da atual safra ocorreu sob um clima desfavorável, com altas temperaturas e baixos índices pluviométricos. Entretanto, “o clima favoreceu no período da formação do chumbinho e do enchimento dos frutos do arábica”, pondera a estatal.
A produção de conilon no País tem sido favorecida pelo clima. A produção desse tipo de café está estimada entre 13.95 milhões e 16.04 milhões de sacas em 2020, representando uma variação entre redução de 7,10% e aumento de 6,80%, respectivamente, quando comparada à produção de 2019. Espírito Santo, Rondônia e Bahia são as maiores regiões produtoras do País, com destaque para a cafeicultura capixaba, que concentrou quase 70% da produção total de café conilon na última safra.
Entre os Estados cafeicultores, Minas Gerais deve produzir entre 30.71 milhões e 32.08 milhões de sacas. No Sul de Minas a quantidade oscila entre 17.03 milhões e 17.79 milhões de sacas. No Cerrado mineiro a produção ficará entre 5.82 milhões e 6.07 milhões de sacas, enquanto na Zona da Mata Mineira oscila entre 7.21 milhões e 7.53 milhões de sacas. No Norte de Minas deve ficar entre 655.700 e 684.900 sacas beneficiadas.
Na previsão para os outros Estados a estimativa mostra o seguinte cenário: Espírito Santo, 13.02 milhões a 15.44 milhões de sacas; São Paulo, 5.71 milhões a 6.1 milhões de sacas; Bahia, 3.6 milhões a 4.1 milhões de sacas; Rondônia, 2.34 milhões a 2.39 milhões de sacas; Paraná, 880.000 a 970.000 sacas; Rio de Janeiro, 316.000 a 350.000 sacas; Goiás, 265.200 a 276.000 sacas e Mato Grosso, 159.000 a 168.800 sacas.
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