A produção brasileira de grãos na safra 2022/23 deve registrar um recorde de 322.75 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 18,40% (50.1 milhões de toneladas a mais) em comparação com a da temporada anterior 2021/22, que foi de 272.64 milhões de toneladas. Em comparação com a estimativa anterior, de agosto, houve um aumento de 0,80% (2.70 milhões de toneladas), segundo o 12º e último levantamento da Companhia nacional de Abastecimento (Conab), divulgado hoje.
Segundo a estatal, “o resultado é reflexo tanto de uma maior área plantada, totalizando 78.5 milhões de hectares (+ 5,30% em relação a de 2021/22, que foi de 74.57 milhões de hectares), como também de uma melhor produtividade média registrada, saindo de 3.656 kg/hectare para 4.111 kg/hectare (aumento de 12,40%)”.
O Presidente da Conab, Edegar Pretto, informou no comunicado que “nos primeiros dados divulgados pela Conab, a estimativa da safra era de 312.4 milhões de toneladas, e encerramos o ciclo com 322.8 milhões de toneladas. Uma diferença de 3,30% ou um pouco mais de 10 milhões de toneladas. Isso mostra o avanço metodológico da Conab, que tem responsabilidade com os dados públicos”.
Nesta temporada, segundo a Conab, a soja registrou uma recuperação da produtividade no Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Já no Rio Grande do Sul, também ocorreu uma melhora no desempenho das lavouras, porém limitado devido às condições climáticas não favoráveis durante o desenvolvimento da oleaginosa. “Nesta temporada, os efeitos do La Niña se concentraram no Estado gaúcho, mas ainda assim em menor escala que no ciclo anterior. Já nos demais Estados, o clima se mostrou bastante favorável, mesmo com alguns atrasos verificados no período da semeadura e da colheita”, indicou o Gerente de Acompanhamento de Safras, Fabiano Vasconcellos. A produção de soja no País na safra 2022/23 é de um novo recorde, estimada em 154.62 milhões de toneladas, aumento de 23,20% em relação a de 2021/22 (125.55 milhões de toneladas).
Para o milho também é estimada a maior colheita já registrada na série histórica. No somatório das 3 safras do cereal, a produção deverá totalizar 131.87 milhões de toneladas, aumento de 18.7 milhões de toneladas, ou 16,60% maior em relação ao ciclo anterior. Na primeira safra do grão a produção foi de 27.37 milhões de toneladas (+ 9,40% em relação a 25.03 milhões de toneladas), enquanto que para a segunda safra, a estimativa é de um volume de 102.16 milhões de toneladas (+ 18,90% em relação a 85.89 milhões de toneladas em 2021/22). Segundo o Progresso de Safra, divulgado nesta semana pela Conab, cerca de 89% da área plantada já havia sido colhida.
Para a terceira safra, a produção estimada é de 2.33 milhões de toneladas, um aumento de 5,30% em relação ao ano passado (2.21 milhões de toneladas). “Porém, a redução nas precipitações ocorridas em julho e agosto, restringiu o potencial produtivo em grande parte das regiões produtoras”, indicou Vasconcellos.
Importantes produtos para a mesa do brasileiro, o arroz e feijão registraram cenários distintos. Segundo a Conab, no caso dos dois produtos houve uma redução de área de plantio por causa da concorrência de outras culturas, na época mais rentáveis. No entanto, para o arroz, o aumento da produtividade não foi suficiente para compensar a menor área, resultando em uma queda de produção de 6,90%, totalizando 10.03 milhões de toneladas contra 10.78 milhões de toneladas em 2021/22.
Para o feijão, o bom desempenho das lavouras, garante uma colheita total de 3.04 milhões de toneladas, 1,70% acima do volume da safra anterior (2.99 milhões de toneladas).
A produção de algodão em pluma deve registrar um recorde de 3.15 milhões de toneladas na safra 2022/23, o que representa um aumento de 23,30% em comparação com a temporada anterior, quando os cotonicultores colheram 2.55 milhões de toneladas. “A produção recorde da pluma permite uma recomposição dos estoques finais da ordem de 59%, totalizando 2.100 toneladas. As exportações podem totalizar 1.7 milhão de toneladas nesta safra”, informou a Conab.
Dentre as culturas de inverno, foi confirmado o aumento de 11,80% na área plantada do trigo no País, para 3.45 milhões de hectares e uma produção estimada em 10.82 milhões de toneladas, 2,50% acima da obtida na safra anterior (10.55 milhões de toneladas).