Os participantes do painel “Construindo o Brasil do Futuro”, realizado durante o Salão Internacional da Avicultura (SIAV), em São Paulo, foram unânimes em afirmar que a avicultura é um setor relevante dentro da economia e do agronegócio nacional. O debate foi moderado pelo presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, e contou com as presenças do chefe do departamento de Agroindústria do BNDES, Jaldir Lima; do diretor do departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wilson Vaz de Araújo; e do consultor da AgroIcone, Marcos Jank.
Jaldir Lima destacou a atuação do banco na disponibilização de recursos para estimular a produção. Segundo ele o pequeno produtor está se tornando empresário e precisa que os agentes financeiros estimulem com concessão de crédito a esses trabalhadores. De acordo com o executivo, o setor é forte, competitivo e bem estruturado, mas no diagnóstico da instituição ainda precisa investir mais no desenvolvimento relacionado a genética.
Wilson Vaz de Araújo falou sobre o Plano Safra 2013/2014, e mostrou que a evolução do financiamento rural vem numa crescente assim como a sua execução. Um dos exemplos citado por ele na oferta de mais crédito foi o Inovagro, destinado a aquisição de máquinas e equipamentos para automação e adequação de instalações e que atenderá, principalmente, a avicultores do Sul do país, que estão obsoletas.
A modernização do setor industrial e a gestão governamental foi o tema da apresentação de Marcos Jank. Segundo ele o maior inimigo no que tange a competitividade do Brasil no exterior não são a China e os Estados Unidos, “somos nós mesmos” devido a questões como os problemas de logística, que têm custos altíssimos, a burocracia, questões tributárias, entre outros.
Competitividade
O vice-presidente de Finanças, Administração e Relações com Investidores da BRF, Leopoldo Viriato Saboya, o CEO da JBS, Wesley Batista, e o vice- presidente da Tyson Foods, foram os convidados para os debates focando “Competitividade e sustentabilidade no mundo globalizado”, painel que teve a moderação da jornalista Alda Rocha.
Segundo o vice-presidente da BRF, a perspectiva é de que não devem ocorrer mudanças abruptas de competitividade no médio prazo, mas algumas mudanças merecem atenção. Ele citou a questão da colocação do país no mercado externo, já que o Brasil está atrás em acordos com blocos comerciais e o câmbio, que não sustenta competitividade.
Para Wesley Batista, o Brasil tem uma competitividade natural, grandes extensões de terra, água, clima e gente trabalhadora e pode ser o celeiro na produção de alimentos, mas tem problemas específicos, que são de nosso controle. “A burocracia tem aumentado, o sistema trabalhista tem ficado mais complicado, o custo logístico mais alto e o sistema tributário mais complexo, isso tudo reduz a competitividade brasileira. Devemos nos preocupar mais com a direção em que estamos caminhando”, afirmou.
O que será necessário para alimentar o mundo foi o tema da palestra de James Young. Segundo ele o mundo em 2050 terá uma população de 9 bilhões de pessoas e a carne de frango se apresenta como a proteína mais sustentável para atender a essa demanda futura.
“A perspectiva é de que Brasil e EUA deverão alimentar o mundo nos próximos anos, pois as aves estarão onde o grão estiver. No entanto, é necessário que o Brasil melhore sua infraestrutura para poder alcançar atingir a essa demanda que será cada vez maior com o crescimento de mercados como China e Índia”, concluiu.
Por Equipe SNA/SP