Como será o agro brasileiro em 2030?

O ano de 2020 foi atípico. Muita coisa parou, andou devagar, modificou, adaptou, mudou de planos. Esta não foi a realidade do agronegócio. A pandemia chegou em plena colheita de grãos. O setor não parou, pelo contrário, colheu uma safra gigante, acima de 257 milhões de toneladas e já planta outro recorde nas lavouras. A safra 2020/21 deve somar 268 milhões de toneladas.

Resiliência? Também. Planejamento e força para garantir que não faltasse o básico, o alimento. O agro colheu, escoou, exportou, faturou, gerou mais de 100.000 empregos na crise e segurou a economia brasileira. E em dez anos é possível imaginar em que nível o agronegócio brasileiro estará?

Especialistas avaliaram os diversos cenários durante o 17º Agrimark, realizado nesta terça-feira pelo portal Agrolink, Agência e-21 e I-UMA. O evento reuniu espectadores de todas as regiões, de olho no que a década pode reservar em economia, política internacional, tecnologias e sustentabilidade.

Segundo o professor da USP e Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcos Fava Neves, que falou sobre os desafios do agro para dobrar o superávit da balança comercial, o Brasil deve se posicionar como fornecedor mundial sustentável de alimentos, bioenergia e outros produtos agrícolas, como madeira e couro, aproveitando todo o seu potencial e a demanda do mercado internacional.

“O Brasil deve ser um país respeitado mundialmente por uma atividade nobre: a produção de alimentos. Para isso, um conjunto de estratégias é necessária, tanto na variável de custos, como na variável de diferenciação e na importante variável de ações coletivas”, disse o especialista.

“Em cada uma destas três áreas, tomar ações estruturantes consolidará o Brasil neste posicionamento mundial, gerando desenvolvimento econômico e abrindo oportunidades às pessoas”.

Soluções sustentáveis

O professor do Insper, Marcos Jank, falou sobre os novos paradigmas do mercado internacional e citou alguns pontos que podem alavancar o País no mundo como o investimento em sistemas integrados de produção e melhorias em logística com a construção de ferrovias, que é um antigo gargalo. “A ILP vai revolucionar, aumentando nosso potencial de três safras no ano”, disse Jank.

Já o presidente da Embrapa, Celso Moretti, destacou o trabalho da entidade em cinco décadas e o apoio à agricultura brasileira por meio pesquisas, desenvolvimento de tecnologias, cultivares e, mais recentemente, com soluções sustentáveis, biológicas e que ajudam a elevar o potencial.

O diretor de Sustentabilidade da Divisão Agrícola da Bayer, Eduardo Bastos, tratou da agricultura de baixo carbono e disse que o setor “tem um papel estratégico diante de um grande dilema mundial, que é o de aumentar a produção de alimentos enquanto reduz os impactos climáticos de suas atividades”.

Crédito de carbono

Nesse contexto, foi lançada a iniciativa Carbono Bayer, um projeto que busca criar um mercado de crédito de carbono para a agricultura com uma abordagem transparente, colaborativa e baseada em ciência, algo totalmente inédito.

A iniciativa envolve aproximadamente 1.200 agricultores no Brasil e nos EUA, que estão recebendo assistência para a implementação de práticas agrícolas sustentáveis com foco em produtividade de baixo impacto climático. Alguns desses produtores já são remunerados pelo carbono sequestrado.

O propósito do projeto é estar em linha com os desafios do setor para os próximos dez anos, incluindo a redução do consumo de recursos naturais e a otimização do uso de insumos, considerando ainda as estimativas do Ministério da Agricultura, que prevê aumento de 27% na produção agrícola brasileira somente no cultivo de milho e soja.

“Discussões como essas trazidas pela Agrimark Brasil, pautando as tendências e o mercado do agronegócio e projetando a próxima década, são fundamentais para pensarmos na melhor forma de enfrentarmos esse desafio,” disse Bastos.

Acesse aqui o vídeo do 17º Agrimark.

 

 

Fonte: Agrolink

Equipe SNA

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