‘Commodities agrícolas serão as menos afetadas pelo pânico’, diz analista

Os contratos futuros da soja e do milho estão em queda na Bolsa de Chicago, refletindo o corte brusco na cotação do barril de petróleo, em meio à guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia. O analista Carlos Cogo afirma que os produtos desses grãos (óleo e etanol) concorrem diretamente com o petróleo, e por isso há desvalorização.

No entanto, segundo Cogo, as commodities agrícolas serão as menos afetadas pela turbulência vivida pelo mercado financeiro. “Estamos falando de quedas de 2% na soja, milho e trigo, enquanto as bolsas de valores estão caindo 10% na Europa, Estados Unidos e Brasil. O petróleo recuou 30%. Esses mercados, sim, estão derretendo”.

O analista argumenta que o mundo não vai parar de se alimentar e que mesmo com um número grande de pessoas em quarentena, por conta do Coronavírus, o fluxo de alimentos está relativamente normal. “Tanto é que as nossas exportações de carne cresceram mais de 10% no mês passado”, ressalta Cogo.

Ele não descarta riscos, mas diz que esta é uma situação diferente das crises econômicas enfrentadas no passado. “O grande temor são os fundos, que têm uma ação muito grande no mercado, sendo bastante comprados, e podem liquidar posições na soja e no milho”.

Segundo o especialista, os investidores não ficarão afastados do mercado de commodities agrícolas definitivamente. “Quando retomarem, produtores devem aproveitar a alta do dólar e fixar preços, tanto para o mercado físico quanto para as safras futuras”.

 

Canal Rural

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