Comercialização lenta de soja e milho reflete em fretes mais baixos na maioria das praças

Situação tem influenciado os preços dos fretes praticados no país – Foto de Tom Fisk: https://www.pexels.com/pt-br/foto/campo-interior-agricultura-fazenda-9940116/

O ritmo mais lento da comercialização de soja e milho registrado neste ano tem influenciado os preços dos fretes praticados no País. Na maioria das praças analisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) as cotações dos serviços de transporte dos produtos agropecuários se encontram em níveis abaixo do que os praticados no mesmo período do ano passado. É o que mostra o Boletim Logístico deste mês divulgado pela Conab.

Na Bahia, além da demanda mais fraca, a alta oferta de prestadores do serviço influencia ainda mais as baixas cotações. Já no Distrito Federal, as reduções nos fretes foram motivadas pelos preços do óleo diesel que ficaram praticamente estáveis nos últimos meses, além da lenta comercialização da safra de soja influenciada pelos preços mais baixos da oleaginosa no mercado internacional.
Cenário semelhante é o que se verifica em Goiás, onde mesmo com a finalização da colheita nas regiões produtoras, a demanda por fretes foi baixa. Produtores comercializam pequenas quantidades para honrar os compromissos e a maior parte da produção está sendo estocada em armazéns próprios ou de terceiros. No Maranhão, a colheita está atrasada, em relação à safra anterior, por conta do plantio e limitada pelo excesso de chuvas. Enquanto isso, a comercialização e o escoamento da produção de soja estão ocorrendo com avanço abaixo do normal para o período.

Reversão

Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul os preços dos fretes também são menores do que os do mesmo período do ano passado, mas há indicação de reversão do quadro nos próximos meses. “Em abril já foi possível observar uma redução na oferta de caminhões no principal estado produtor de grãos do País, Mato Grosso, em grande parte devido à migração para outros estados, que têm demandado transportes. Além disso, a proximidade do início da colheita do milho, tem feito com que espaços precisem ser liberados nos armazéns. Desta forma, alguma reação tem sido registrada no mercado e maiores preços têm sido atribuídos aos fretes rodoviários”, analisa o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth.
“Em Mato Grosso do Sul, as cotações se mantiveram ainda com tendência de baixa em abril, mas já se começam a registrar um ligeiro aumento na movimentação de cargas no período”, indica.
No Piauí, a Conab registrou uma leve redução nos preços dos preços, nas diversas rotas de escoamento, mesmo com o mercado de fretes registrando um aumento significativo na demanda e se mantendo bastante aquecido. Já em São Paulo houve pouca variação nos fretes. Nenhuma praça paulista pesquisada registrou aumento de preços e, em cinco delas, houve quedas. No Paraná não houve um comportamento uniforme, com variação conforme a região analisada.
A exceção foi registrada em Minas Gerais.
Quando comparando os preços de frete praticados em abril deste ano com o mesmo período do ano anterior ocorre um aumento. Essa elevação pode ser explicada pela alta de 4,40% no volume das exportações mineiras do agronegócio no 1º trimestre de 2024 em relação ao 1º trimestre de 2023. Destaque para os embarques de café e açúcar. No entanto, as cotações do serviço se mantiveram relativamente estáveis em relação as de março de 2024.

Exportações

Mesmo com a comercialização mais lenta, as exportações de soja totalizaram em abril, 14.70 milhões de toneladas contra 12.63 milhões de toneladas exportadas no mês anterior, um aumento de 16,30%. O volume exportado foi o terceiro maior já registrado para um mês em toda a série histórica, apesar dos baixos preços internacionais; do atraso na colheita e das perdas causadas pelas condições climáticas. A China foi o principal importador da oleaginosa brasileira, tendo adquirido praticamente 10 milhões de toneladas, correspondente a US$ 4.29 bilhões. A maior parte foi embarcada pelos Portos do Arco Norte, que expediram 35,70% da oleaginosa comercializada contra 36% escoada por Santos.
Pelos Portos do Arco Norte, foram exportados 43,70% da movimentação acumulada em abril/24, contra 35,30% no mesmo período do ano anterior. Na sequência, o Porto de Santos aparece com 31,80% da movimentação contra 24,40% no mesmo período do exercício passado; o Porto de Paranaguá, 4,10% contra 19,40% do ano passado; enquanto pelo Porto de São Francisco do Sul, foram registrados 15% dos volumes embarcados, contra 11% do exercício anterior. Os estados que mais atuaram nas vendas para exportação foram: MT, MS, PR e MA.
Já as exportações de milho no último mês totalizaram 700.000 toneladas contra 430.000 toneladas exportadas no mês passado, e 470.000 toneladas embarcadas no mesmo período de 2023. O principal eixo de escoamento escolhido pelos produtores do cereal também foi o Arco Norte, que exportou 43,70% do volume em abril contra 31,80% em Santos.
O periódico mensal coleta dados em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra. O Boletim traz também informações sobre a movimentação de estoques da Conab, realizada por transportadoras contratadas via leilão eletrônico.
*Acesse a edição completa do Boletim Logístico – Maio/2024, no link da Conab .
Fonte: Conab
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