O sistema SprayX, que orienta no campo, por meio de imagem e comando de voz, os técnicos responsáveis pela aplicação de defensivos agrícolas, será lançado oficialmente na feira Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
Com tecnologia de computação vestível e suporte de aparelhos de última geração, o SprayX foi criado pela startup de mesmo nome, em parceria com o Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico (CEA-IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Empreendido com apoio do fundo ACE/Agrostart, vinculado ao programa de aceleração global Google Launchpad, o sistema SprayX fica instalado junto ao corpo de um técnico agrícola em atividade na lavoura, e funciona interligado a uma base de dados.
Estas informações, fornecidas por especialistas em Tecnologia de Aplicação e pela indústria de defensivos agrícolas, subsidiam aplicações corretas e seguras dos produtos.
“A ação do técnico é totalmente orientada e conduzida pela tecnologia, do momento em que ele veste seu equipamento de proteção individual (EPI) até o ato de aplicar o produto nas plantas”, disse Hamilton Ramos, pesquisador científico do CEA-IAC, que coordenou ensaios de desenvolvimento do SprayX.
“Qualquer erro na operação do profissional é detectado e a correção solicitada, preventivamente, por meio do sistema”, explicou Ramos.
“Trata-se de uma solução inovadora que tende, inclusive, a reduzir a exposição de técnicos e trabalhadores aos defensivos agrícolas, bem como evitar casos de acidentes e intoxicações decorrentes da baixa qualificação de aplicadores, o que, infelizmente, ainda é uma realidade”.
O pesquisador assinalou que o mau uso de defensivos agrícolas no País resulta em perdas anuais da ordem de US$ 2 bilhões ao agronegócio.
Pulverizadores, bicos e função social
Tidas como fundamentais para a aplicação correta de defensivos agrícolas, a regulagem e a calibração dos equipamentos pulverizadores também estão entre as funções gerenciadas pelo SprayX, segundo o empreendedor Edson Minatel, um dos desenvolvedores do sistema.
Ele ressalta que outro problema crítico na área, igualmente solucionado com apoio do SprayX, está associado à utilização de pontas de pulverização desgastadas durante a aplicação dos defensivos.
“Uma ponta fora de condições de uso leva a desperdícios, tem impacto potencialmente danoso ao meio ambiente e pode fazer com o que o produto químico não funcione como se espera, ocasionando prejuízos agronômicos e financeiros ao produtor”, afirmou Minatel.
Já o empreendedor Mauro Anjo, sócio-diretor de tecnologia da startup SprayX, enfatiza que o sistema foi concebido após os empreendedores ouvirem queixas de produtores e especialistas, principalmente sobre os prejuízos advindos da baixa capacitação profissional predominante na atividade de aplicação de defensivos agrícolas.
“Essa percepção demandou a criação de uma metodologia diferente de ensino e também novas ferramentas com vistas à capacitação e ao apoio aos trabalhadores a campo”, disse Anjo.
“Fora as soluções para a pulverização, o SprayX funcionará como um aliado na disseminação de boas práticas no campo. Isso é muito importante e motivou a adesão da Secretaria ao projeto da startup”, declarou Hamilton Ramos.
O pesquisador do CEA-IAC, órgão sediado em Jundiaí (SP), coordena hoje os mais importantes projetos do País em torno do uso sustentável de defensivos agrícolas: Aplique Bem, Adjuvantes da Pulverização, IAC-Quepia e Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Agroquímicos.
Agrolink
