Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul deverão repetir, na próxima safra, a mesma área da deste ano.
Será destinado de 1,1 milhão a 1,2 milhão de hectares ao cereal. Quanto à produção, ela vai depender do que acontecerá com o clima.
A previsão é de Claudio Pereira, presidente do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz). As dificuldades já começaram, segundo ele.
Por ser um ano de El Niño, o preparo da terra está atrasado em algumas regiões do Estado devido às chuvas. Essa dificuldade no preparo da área de cultivo pode atrasar também o plantio e reduzir a produtividade no setor.
Embora já pensem na próxima safra, os produtores estão administrando a atual. A produção foi de 8,1 milhões de toneladas, um volume já esperado na reta final, mas abaixo das previsões iniciais.
O ritmo da comercialização está 10% superior ao do ano passado, mas os preços se mantêm de R$ 35 a R$ 36 por saca. “É uma comercialização sem sobressalto.” Garante renda para o produtor e não há especulações nas vendas, segundo Pereira.
Os produtores estão garantindo esses preços acima do mínimo estabelecido pelo governo porque destinaram pelo menos 300 mil hectares das áreas de arroz para soja, um produto de maior liquidez. Com isso, o agricultor garante uma liquidez financeira no primeiro semestre comercializando a soja e vendendo menos arroz.
Os produtores vão repetir a dose neste ano, segundo o presidente do Irga, semeando novamente próximo de 300 mil hectares de soja.
O efeito na próxima safra, no entanto, poderá não ser o mesmo desta devido à queda nos preços da oleaginosa.
A busca do mercado externo também tem impedido um recuo muito forte nos preços.
As exportações deste ano já superam 700 mil toneladas, 20% mais do que as comercializadas no ano passado. Devem chegar a 1,3 milhão de toneladas na safra, segundo ele. A novidade é a exportação de arroz em casca para a América Central.
Pereira destaca, ainda, o incentivo do governo gaúcho para as indústrias que beneficiarem pelo menos 90% de arroz proveniente do Rio Grande do Sul. Com isso, há um maior aproveitamento do arroz produzido no Estado, diz o presidente do Irga.
Fonte: Folha de S.Paulo (Vaivém)
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