Com liderança da cafeicultura, agro protagoniza geração de empregos no país

Produtor trabalhando em fazenda de São Sebastião do Paraíso (MG), que contratou 50 novos safristas em junho. Fotos, incluindo da capa: Carlos Alberto Gonçalves/Divulgação 

Cinquenta novos safristas de café foi o número de trabalhadores contratados em junho, com carteira assinada, pelo empresário rural Carlos Alberto Pinto Gonçalves. Ao lado do pai, ele comanda algumas propriedades na região mineira de São Sebastião do Paraíso.

Gonçalves é um dos empregadores que ajudaram a alavancar o número de contratações do agronegócio, em junho, que somou 36.827 celetistas em todo o país. Também favoreceu o destaque absoluto da cafeicultura, que empregou, sozinha, 10.804 trabalhadores, principalmente em Minas Gerais. A colheita, em diversas fazendas, começou em abril, mas o pico de contratações ocorreu no mês passado.

“Durante todo o ano, mantenho 80 funcionários fixos, mas como em junho estamos em plena colheita do café, que termina em meados de agosto, tive de contratar mais mão de obra. Foram 50 no total, mas uns 20 já devem ter saído, porque temos uma alta rotatividade em campo. Assim como alguns saem, outros entram no lugar”, relata o produtor rural, em entrevista à equipe SNA/RJ.

 

ALTOS E BAIXOS

O agro também lidera no acumulado do primeiro semestre, com alta de 7,63% (117.013 novos postos de trabalho); e nos últimos 12 meses, com 0,58% (9.490 vagas).

Produtor de uvas de mesa em Petrolina, no Estado de Pernambuco, Ricardo Cappellaro contratou 8% a mais de trabalhadores rurais no segundo semestre de 2016, principalmente por causa do aumento do consumo dessa fruta no final de cada ano. Embora tenha contribuído para o saldo positivo do agro nos últimos 12 meses, o mesmo cenário de contratação não se repetiu de janeiro a junho de 2017, em sua propriedade.

“Nesse primeiro semestre, não tivemos novas contratações por causa da situação política brasileira. O cliente consumidor reduziu as compras e fomos afetados diretamente nessa diminuição do consumo. A produção é menos exigida e, em decorrência disso, temos cautela nas contratações”, relata o agricultor, em entrevista à equipe SNA/RJ.

Entre julho e dezembro deste ano, a expectativa de Cappellaro, que produz uvas ao lado do tio há 18 anos, é outra: “Produzimos seis mil toneladas de uvas de mesa por ano. Para o segundo semestre, devemos contratar 34 novos funcionários”.

 

SAZONALIDADE

Secretário de Política Agrária da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Elias D’Angelo Borges avalia, especialmente, o desempenho do setor agropecuário em junho.

“É um período de colheita, principalmente da cana-de-açúcar. Nessa fase do ciclo agrícola, você tem uma contratação maior, que vem sendo observada desde o final do mês de maio e início de junho. A sazonalidade da agricultura influencia na geração de mais empregos”, ressalta Borges, em entrevista à equipe SNA/RJ.

 

Secretário de Política Agrícola da Contag, Elias D’Angelo Borges afirma que, mesmo sendo destaque na geração de empregos, 2017 não está sendo o melhor ano para a agropecuária, nessa área. Foto: Divulgação

Mesmo o quadro de empregos sendo mais favorável para o agro, em comparação aos sete setores da economia pesquisados pelo Caged, o secretário da Contag ressalta que 2017 não está sendo o melhor ano para a geração de empregos na agropecuária.

“Se avaliarmos junho de 2017, tivemos 36.827 novos postos de trabalho. No mesmo mês do ano passado, foram 38.751; em junho de 2015, foram 44.665; e em igual mês de 2014, 40.748”, cita.

Na opinião de Borges, “se avaliarmos de 2014 para cá, 2017 é o pior ano em relação ao desempenho geral de empregos no agro”.

 

Por equipe SNA/RJ

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