Com fim da colheita de soja, frete recua

Com a colheita de soja da safra 2015/16 chegando ao fim no País, o frete para transporte do grão recuou em média 3% na segunda semana de maio, em relação ao mês passado, e 10% em relação a fevereiro, pico da safra no Centro-Oeste. E, mesmo se levado em conta igual período de 2015, os valores reais cobrados pelos transportadores estão menores e sequer repuseram a inflação.

A importante rota Sorriso (MT) ao porto de Santos (SP) custou na semana terminada em 12 de maio R$ 290,00 a tonelada, segundo levantamento da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), em parceria com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Na mesma semana de abril, estava a R$ R$ 300,00 e em fevereiro a R$ 320,00.

Já em maio de 2015, o valor do frete nessa rota era de R$ 265,00 a tonelada. “Houve alteração nominal, mas se calcularmos a inflação [IPCA com alta de 9,68% em 12 meses] e a alta dos combustíveis principalmente [em média 10%], o valor do transporte é o mesmo. Em dólar, que nos interessa nos cálculos de venda, os preços até caíram”, diz Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística da Aprosoja-MT. Na moeda americana, o frete hoje estaria em US$ 76,30 a tonelada e há um ano, US$ 83,57.

Mesmo em rotas mais curtas, como de Sorriso a Rondonópolis, ambas em Mato Grosso, o valor do frete caiu. Na semana passada, estava em R$ 90,00 a tonelada, 14% menos que na mesma semana do mês passado (R$ 105,00) e 21,7% menos que em fevereiro (R$ 115,00). No ano passado, estava também em R$ 90,00, o que significa que sequer foi reposta a inflação nesse trajeto.

Em Mato Grosso do Sul, o preço médio para o transporte de grãos caiu 11,7% na comparação entre a semana passada e a mesma de abril. Segundo Luiz Eliezer, analista econômico da Famasul, a rota Maracaju ao porto de Paranaguá (PR) foi cotada a R$ 140,00 a tonelada (até dia 12 de maio). De Dourados para o mesmo porto, R$ 138,00.

O analista diz que no Estado também houve apenas uma recomposição da inflação. “Os transportadores até reclamam que o valor não está pagando os custos”. A Famasul não tem dados de maio de 2015.

No Paraná, em um ano, o preço subiu 8% em média, ficando abaixo da inflação. Levantamento do Departamento de Economia Rural (DERAL), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado, mostra que o frete entre as principais cidades produtoras, no oeste do Paraná até o porto de Paranaguá custava R$ 25,57 a tonelada em abril (último dado disponível). No mesmo mês do ano passado, estava a R$ 21,83 a tonelada.

“Como nossas rotas têm em média 30 quilômetros, pode-se dizer grosseiramente que o quilômetro custa R$ 0,85 e não variou muito de um ano para o outro”, disse Francisco Carlos Simioni, diretor do DERAL.

 

Fonte: Valor Econômico

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