Com demanda firme, soja fecha novamente em alta na CBOT

Pelo segundo dia consecutivo, os contratos futuros da soja fecharam em alta na Bolsa de Chicago (CBOT). A sessão desta quinta-feira (27 de outubro) foi marcada pela volatilidade, mas os principais vencimentos conseguiram manter os ganhos e encerraram o dia em alta de 2,00 a 4,25 centavos. O vencimento novembro/16 fechou cotado a US$ 10,14 ¼, o janeiro/17 a US$ 10,25 e o maio/17 a US$ 10,36 ¼ o bushel.

Novamente, a demanda deu sustentação aos preços. “Temos um bom suporte ads preços nesses níveis, de US$ 10,00 por bushel. Os fundamentos e demanda são fortes, acompanhamos a China que continua comprando o produto norte-americano. E já podemos observar as posições mais longas, maio e junho, buscando os US$ 10,50 o bushel”, disse o consultor da Brandalizze Consulting. Vlamir Brandalizze.

O USDA divulgou duas vendas de soja, num total de 525.000 toneladas da safra 2016/17. A primeira, de 129.000 toneladas para destinos desconhecidos. E, a segunda, de 396.000 toneladas para a China.

Já as vendas semanais foram de 2.045.400 toneladas na semana encerrada no dia 20 de outubro. O volume ficou dentro das expectativas do mercado.

Contudo, segundo o consultor, somente a demanda não será capaz de impulsionar as cotações para níveis mais altos, como US$ 11,00. “Ainda não temos ambiente para chegar aos US$ 11,00 por bushel. Precisaremos ter algum problema de clima na América do Sul. Provavelmente, teremos um mercado mais técnico, do que fundamental nos próximos dias”, disse Brandalizze.

O consultor ainda reforça que preços mais elevados também podem estimular o retorno dos produtores americanos ao mercado. “Acredito que, em mais uma alta de 20 a 30 centavos em Chicago poderemos ter os agricultores de volta ao mercado. Mas, para isso, teremos que ter um preço acima de US$ 11,00, somando preços e prêmios”, disse.

Por outro lado, o Societe Generale manteve a sua expectativa baixista com relação às perspectivas dos preços da soja, apesar da recente alta causada pela demanda, enfatizando o tamanho da safra dos EUA e afastando a possibilidade do La Niña causar danos à safra sul americana.

O banco não acredita que “a demanda ligeiramente mais forte no curto prazo” irá eliminar o impacto dos excepcionais rendimentos registrados na safra dos EUA.

Ele estima que os contratos futuros na CBOT recuem, no curto prazo, cerca de US$ 1,00 por bushel pressionados pela safra recorde dos EUA.

O banco estima ainda que o USDA deverá revisar as suas estimativas da safra americana, após a divulgação dos altos rendimentos.

As perspectivas para a safra na América do Sul também são boas.

O banco espera que “o tempo na América do Sul se mantenha favorável para as safras com a possibilidade de um La Niña mais fraca”.

Segundo o Societe Generale, os preços da soja tem se beneficiado dos altos preços dos óleos vegetais no mundo.

O banco disse que “conforme o esperado, a China também acelerou as suas compras de soja dos EUA com a redução da oferta sul americana”. Contudo, não acredita que o forte desempenho das exportações do verão do Hemisfério Norte venha a se repetir o verão do Hemisfério Sul.

O banco estima ainda que a produção de soja da China aumente, em decorrência “dos altos preços da soja no mercado internacional e da retirada do sistema de suporte de preços do milho pelo governo chinês, que fez com que os preços da soja na China se tornassem muito mais atraentes para os agricultores chineses”.

Particularmente, o ratio soja/milho, que é o principal fator na definição das intenções de plantio está acima de 2,5, o que é um forte sinal para o plantio da soja.

O banco estima que o preço caia abaixo de US$ 9,00 nos próximos três meses.

E a estimativa do banco para 2017 é ainda mais baixista. Ele prevê que o preço pode atingir US$ 8,47 no período de julho a setembro.

Exceto em um pregão de novembro de 2015, o vencimento mais próximo dos contratos futuros da soja em Chicago, não foi negociado abaixo de US$ 8,47 desde 2009.

América do Sul

O plantio da soja na América do Sul também está na pauta do mercado. No Brasil, 28% da área estimada já foi cultivada até o momento, de acordo com consultorias privadas. Ainda assim, o clima permanece como uma grande dúvida para os produtores.

Mercado brasileiro

A quinta-feira (27 de outubro) foi de ligeiras movimentações para os preços da soja no mercado doméstico. Em Avaré (SP),  a alta foi de 4,28%, com a saca cotada a R$ 71,32. No Oeste da Bahia, a saca subiu 1,71% e fechou o dia cotada a R$ 66,50. No Rio Grande do Sul, a saca subiu em Não-me-toque e Panambi, cotada a R$ 66,00 e R$ 67,02, respectivamente.

Em Ubiratã e Londrina, praças no Paraná, a alta foi de 0,75%, com a saca cotada a R$ 67,00. Já em Cascavel, a alta foi de 0,76%, com a saca cotada a R$ 66,50.

No Porto de Paranaguá, a saca disponível subiu 0,65% e fechou o dia cotada a R$ 77,50. Na a saca no mercado futuro foi cotada a R$ 77,00, em alta de 1,32%. Em Rio Grande, a saca no  mercado disponível subiu 1,05%, com a saca cotada a R$ 77,00. No mercado futuro, a saca caiu 0,63%, cotada a R$ 79,00.

Dólar

O dólar fechou em alta de 0,42%, cotado a R$ 3,1555 para venda.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

 

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