Em entrevista à CNN Rádio, economista e professor de Relações Internacionais do IBMEC e Diretor da SNA Sociedade Nacional de Agricultura, Marcio Sette Fortes, avaliou que a Rússia tenta “sobreviver financeiramente diante do sufocamento imposto pelas sanções” da comunidade internacional.
No entanto, ele avalia que as medidas russas “apenas tentam amenizar” a situação. A exclusão da Rússia do sistema Swift de pagamentos internacionais, por exemplo, barra o país de fazer transações e pagamentos para bancos ocidentais. “Hoje a Rússia está colocado na posição de pária financeiro”, disse.
A represália econômica à invasão russa no território ucraniano fez com que houvesse degradação no rating do país e que se levantassem dúvidas a respeito da capacidade de pagamento de sua dívida.
“A cada dia que passa, é um custo a mais, não só de guerra, com deslocamento de tropas, mas também custos internos associados à elevação drástica da taxa de juros e encarecimento de crédito.” Para o professor, “a Rússia caminha para a estagflação, e o sufocamento provoca efeitos contundentes.”
O reflexo disso, segundo Fortes, chegará com preços maiores para o Brasil. Ele cita o exemplo dos fertilizantes: “Compramos um recorde já em janeiro, pelas necessidades do agronegócio, vai ter o efeito reflexo sobre a cadeia, encarecendo produtos que vão chegar a nossa mesa.”
“O Brasil é um dos poucos países do mundo onde há vocação agrícola e enorme dependência de insumo importado que vai fazer falta diante do acirramento da guerra.”