Abastecimento
Após reunião com a bancada federal do Espírito Santo e com produtores capixabas, no dia 7 de fevereiro, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, adiou para hoje (10 de fevereiro) a decisão do Governo sobre a importação ou não de café robusta. Segundo o titular do Mapa, o prazo serve para que seja apresentado um relatório dos representantes do Estado apontando os municípios e armazéns onde estão estocadas as mais de 4 milhões de sacas de conilon, volume superior as 2.14 milhões de sacas apurados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O CNC destaca o trabalho dos representantes do Espírito Santo, que vem ao encontro do que propusemos desde dezembro de 2016 (confira em http://www.cncafe.com.br/site/interna.php?id=12959), quando o presidente executivo do Conselho Nacional do Café, deputado Silas Brasileiro, e o presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, entregaram ao secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, ofício conjunto que formalizou o posicionamento contrário do setor de produção à importação de café cru pelo Brasil.
Essa postura foi referendada pelas cooperativas produtoras e pelas Federações de Agricultura dos Estados cafeeiros com base nas informações do deputado federal Evair de Melo, que apresentou o resultado de um trabalho de levantamento de estoques de robusta que realizou no Espírito Santo, entre os dias 14 e 18 de novembro, quando visitou mais de 20 armazéns, cooperativas, indústrias e exportadores. O resultado dessa pesquisa apontou que existe café conilon em quantidade suficiente para atender à demanda da indústria nacional.
O CNC tem participado com responsabilidade e transparência de todo o processo, evitando comentários na imprensa sobre uma matéria tão polêmica e recordamos que, ao final, prevaleceu a proposta que apresentamos em audiência com o secretário Neri Geller, no dia 13 de dezembro, para que a Conab fizesse um levantamento dos estoques de conilon com a intenção de conferir as informações que recebemos de que há café suficiente para o abastecimento do setor industrial, postura que culminou, à época, em um prazo de 30 dias para a realização da pesquisa, evitando qualquer possibilidade de importação até janeiro.
Mercado
Influenciados pelo movimento do dólar, por indicadores técnicos e pela intensificação das rolagens de posição, os futuros do café acumularam perdas nessa semana.
O índice externo do dólar apresentou valorização nos últimos dias, na expectativa de implementação de medidas econômicas expansionistas pelo Governo Trump. No Brasil, a moeda norte-americana foi cotada, ontem, a R$ 3,1299, registrando alta de 0,33%. A expectativa de continuidade de fluxo positivo dos recursos estrangeiros e o cenário político doméstico influenciaram esse resultado.
A intensificação da rolagem de posições para fora do vencimento março, cujo período de notificação de entrega se inicia em 17 de fevereiro, também exerceu pressão sobre o Contrato C, negociado na ICE Futures US. O vencimento maio foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,476 a libra-peso, com queda de 110 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento maio do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem cotado a US$ 2.157,00 a tonelada, com desvalorização de US$ 40,00 em relação a sexta-feira anterior.
Em relação ao desenvolvimento da safra 2017/18 do Brasil, o aumento das chuvas observado no início de fevereiro favoreceu a disponibilidade hídrica no solo das regiões cafeeiras e demanda maior atenção para o manejo de problemas fitossanitários nas lavouras. A Climatempo prevê que, na semana de 12 a 16 de fevereiro, um sistema de alta pressão dificultará a formação de grandes áreas de instabilidade, reduzindo a precipitação sobre os cafezais de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná. Os volumes acumulados deverão variar de 10 a 30 mm.
No mercado doméstico, os negócios continuaram fracos, já que os preços seguem aquém das expectativas dos produtores. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 513,38/saca e a R$ 461,26/saca, respectivamente, com variações de -0,2% e -1,4%, em relação ao fechamento da semana anterior.
Fonte: CNC – Conselho Nacional do Café