A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) protocolou nesta quinta-feira (7/6) no Palácio do Planalto um ofício para solicitar que o presidente Michel Temer suspenda a tabela de preços mínimos de frete.
Endereçado ao presidente Michel Temer e assinado pelo presidente da CNA, João Martins da Silva Junior, o ofício informa que os usuários dos transportes rodoviários de cargas não foram consultados no processo de elaboração da tabela.
“Ressalte-se que os dispositivos que regulam a tabela não consideraram a interação entre todos os atores que compõem o sistema de transporte rodoviário”, destaca Martins.
Segundo o presidente da CNA, além do “aumento expressivo do frete”, os usuários também poderão ter de indenizar os transportadores pelo não cumprimento da tabela e pagar os custos de retorno do caminhão ao ponto de origem, caso esteja vazio.
“A CNA se coloca à disposição para discutir o tema e auxiliar na busca de soluções que aperfeiçoem a logística brasileira, garantindo a remuneração adequada aos prestadores de transporte rodoviário de carga, sem onerar o produtor e a sociedade brasileira”, afirma o ofício.
Hoje pela manhã, ao chegar a um evento na Imprensa Nacional, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, declarou que a tabela vai ser mantida, mas com alguns ajustes.
“Vai ter tabela de frete, sim. Os próprios caminhoneiros admitiram que existissem várias imprecisões. A agência (ANTT) que é a encarregada de fazer esses cálculos e corrigir esses equívocos. É o que vai acontecer, e eles deverão, no menor prazo possível, publicar uma nova tabela”, disse.
No documento protocolado, a CNA exemplifica o caso dos transportes de grãos e afirma que se observou um aumento no valor do frete entre 51% e 152%.
“Um bom exemplo é o valor do escoamento de soja do município de Sorriso (MT) ao Porto de Santos (SP), um trajeto de 2.064 quilômetros que aumentou de R$ 290,00 a tonelada, considerando as interações de livre concorrência entre demandantes e ofertantes, para R$ 474,55 a tonelada, com frete retorno, com a aplicação da tabela.”
Fonte: Valor Econômico