As exportações de soja e milho pelos portos do Arco Norte totalizaram 42.3 milhões de toneladas em 2020, um aumento de 487,50% em relação a 2009, segundo um estudo divulgado pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Entre 2009 e 2020, a produção de grãos acima do Paralelo 16, que engloba as regiões Norte e Nordeste e parte do Centro-Oeste, aumentou 92.6 milhões de toneladas, o que representa uma alta de 165,30%. Nesse mesmo período, o Brasil registrou uma variação de 119.4 milhões de toneladas produzidas (+ 110,50%) e 89.3 milhões de toneladas exportadas (+ 205,70%).
O vice-presidente da CNA e presidente da Comissão Nacional de Infraestrutura e Logística da entidade, Mário Borba, destacou a importância de se avançar em obras de infraestrutura para reduzir os custos dos transportes no Brasil.
“A pavimentação da BR-163, que vai do Mato Grosso ao Pará, por exemplo, permitiu a redução dos custos de transportes de grãos em 26%, contribuindo para o envio desses produtos para os portos do Arco Norte”, disse Borba.
Crescimento
Segundo a assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA, Elisangela Pereira Lopes, o crescimento da produção de grãos em novas fronteiras agrícolas foi de 8.4 milhões de toneladas por ano, enquanto que o da exportação foi de 3.2 milhões de toneladas ao ano.
“É como se a cada ano fosse criada a necessidade de implantar um terminal com capacidade de cinco milhões de toneladas para atender o desempenho da produção de soja e milho, cada vez mais recorde dos estados do Mato Grosso, Pará, Maranhão, Tocantins e Bahia”, afirmou Elisangela.
Obras
Ela ressaltou que algumas iniciativas como a pavimentação da BR-163 MT/PA, a dragagem do rio Tapajós, a instalação dos Terminais de Uso Privado e a ampliação dos terminais de grãos no porto de Itaqui, no Maranhão, e dos portos de Belém, contribuíram para os avanços expressivos na região.
“Para continuar atendendo essa evolução, a CNA defende intervenções como a implantação da ferrovia Ferrogrão, que vai ligar o porto de Miritituba (PA) ao município de Sinop (MT), do Terminal Portuário de Outeiro (PA) e do derrocamento do Pedral do Lourenço (PA), no Rio Tocantins”, disse a assessora técnica.
Embarques
O estudo da Confederação mostrou que a produção de soja e milho abaixo do Paralelo 16 (regiões Sul e Sudeste e parte do Centro-Oeste) registrou aumento de 51,50%, um total de 26.8 milhões de toneladas de 2009 a 2020. Já os embarques pelos portos das regiões Sul e Sudeste aumentaram 149,70%, total de 54.2 milhões de toneladas.
“O crescimento das exportações nesses portos foi resultado de investimentos em ampliação, modernização e equipamentos; novos arrendamentos de terminais de grãos; medidas para melhorar a operacionalização (agendamento de caminhões); dragagem para aumentar profundidade dos canais e acesso aos píeres e melhoria dos acessos terrestres (rodovias e ferrovias)”, acrescentou Elisangela.
Cenário 2020
No ano passado, o Brasil produziu 227.4 milhões de toneladas de soja e milho, sendo as regiões acima do Paralelo 16 responsáveis por 148.6 milhões de toneladas ou 65,30% desse total. Já a produção de grãos abaixo do Paralelo 16 foi de 78.8 milhões de toneladas (34,70%), segundo os dados da CNA.
Com relação às exportações, em 2020 o País embarcou cerca de 133 milhões de toneladas de soja e milho. Os portos do Arco Norte responderam por 31,90% ou 42.3 milhões de toneladas desse total e os da região Sul e Sudeste por 68,10% ou 90.4 milhões de toneladas.
Os portos que mais embarcaram grãos em 2020 foram Santos com 42.2 milhões de toneladas (31,80%), Paranaguá/Antonina com 22.5 milhões de toneladas (16,90%) e Rio Grande com 12.1 milhões de toneladas (9,10%), nas regiões Sul e Sudeste. No Arco Norte foram o Sistema Belém/Guajará com 13.7 milhões de toneladas (10,30%) e São Luís/Itaqui/PDM com 12.1 milhões de toneladas (9,1%).
Mapa logístico
A CNA lançou também um mapa que retrata a logística nos corredores internos de exportação de soja e milho em 2020, com a infraestrutura utilizada para o escoamento da produção pelos modais rodoviário, ferroviário e aquaviário.
Além disso, apresenta e compara a movimentação de soja e milho nos portos públicos e terminais privados, alertando para a necessidade de ações que ampliem a oferta de serviços portuários no Brasil.
O mapa contém ainda infográficos com informações sobre a matriz de transporte brasileira, a movimentação de produtos pelas ferrovias, o uso dos rios nos transportes de cargas e o potencial de expansão, bem como comparativos entre a infraestrutura brasileira e os principais concorrentes no exterior. “É um verdadeiro atlas da logística do setor agropecuário”, disse Elisangela.
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Fonte: CNA
Equipe SNA