A Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu esta semana para discutir, entre outros temas, os custos internacionais de produção de grãos.
O pesquisador Mauro Osaki, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), fez um comparativo sobre os custos de produção no Brasil e em outros países. Segundo ele, mesmo com o aumento da produção de soja e milho no país, o produtor brasileiro fica em desvantagem competitiva, diante da alta dos custos.
Gastos com fertilizantes, defensivos agrícolas, sementes, diesel e manutenção preventiva e mão de obra diminuem a competitividade, disse o pesquisador.
Para a soja, o custo de produção do Brasil, considerando a média dos últimos cinco anos, foi o dobro da Argentina, quase duas vezes maior que o da Ucrânia e 7,8% superior ao dos EUA. No caso, do milho, o custo de produção do grão no Brasil é quase o dobro do da Argentina, 12% superior ao do produto norte-americano e 15% maior que o ucraniano.
Brasil, Argentina e EUA representam 80% da produção mundial de soja. Em relação ao milho, os principais produtores, respondendo por 68% da oferta global, são EUA, China, Brasil e Argentina.
Novas cultivares
Sobre o plantio das novas cultivares resistentes a herbicidas hormonais (Dicamba e 2,4D), o presidente da Comissão, Ricardo Arioli, o assessor técnico Tiago Pereira e os membros do colegiado relataram algumas preocupações em relação às tecnologias.
Na ocasião, foi ressaltada a experiência vivenciada por produtores de soja nos Estados Unidos relacionados à deriva e ao potencial de injúrias para culturas sensíveis.
Em agosto, a CNA solicitou celeridade na publicação das portarias, que visam normatizar e operacionalizar as medidas de mitigação dos riscos associados ao uso dessas novas tecnologias.
Ainda no encontro, os assessores de Relações Institucionais Victor Ayres e Fabíola Melo fizeram uma apresentação sobre os temas de interesse do setor que tramitam no Congresso Nacional.
