Clealco testa sorgo como fonte para produzir etanol

Clealco Açúcar e Álcool S.A. iniciou nesta semana a moagem de sorgo para a produção de etanol na unidade de Queiroz, município a 89 quilômetros de Araçatuba. A previsão é de que sejam moídas aproximadamente 40 mil toneladas do produto, cultivado em 400 hectares arrendados pelo grupo no sítio Santo Antônio, em Luiziânia.

O gerente agrícola do grupo Clealco, Luiz Romeu Voss, explica que essa é a primeira experiência na região com o plantio do sorgo sacarino para a produção de etanol. De acordo com ele, a empresa responsável pelas sementes escolheu várias usinas para fazer o plantio, como base experimental para a próxima safra. “Nós plantamos 400 hectares para ver qual será o rendimento do novo produto”, explica.

Voss comenta que é hábito os produtores plantarem o sorgo nas propriedades em substituição ao milho safrinha, porque a planta ser muito tolerável à seca. Porém, até então se utilizava o sorgo do tipo granífero, que produz grãos usados na produção de ração animal.

O sorgo utilizado nessa experiência é do tipo sacarino, que produz açúcar no caule, que é semelhante ao da cana-de-açúcar. Caso a experiência dê certo, o produto poderá ser utilizado nas áreas de renovação de canavial e moído no período de entressafra.

“A ideia do sorgo sacarino é prolongar a safra. Com uma entressafra menor, poderemos sustentar os custos de manter os funcionários da empresa e baixar as despesas do maquinário parado, como colhedora e transbordo, no período de dezembro e março”, afirma

Preparo

O plantio de sorgo, segundo Voss, também reduz o custo do preparo do solo nas áreas de renovação de canavial. “Seria um preparo muito conservacionista, pois quem vai preparar o solo é o sorgo. A raiz vai buscar o nutriente e trazer para a superfície, fazendo o serviço do arado ou do subsolador”, explica. Isso, segundo ele, também reduz os gastos com equipamentos e combustível.

Logo após a colheita do sorgo, que deve ser concluída nesta semana, terá início o plantio de cana na mesma área. “Acabando a colheita do sorgo, entra a frente de plantio de cana, aproveitando solo bem coberto e ainda úmido, mantendo o patrimônio do pessoal que fornece terra para a produção de cana”, diz.

Moagem

A escolha da unidade de Queiroz para fazer a moagem ocorreu porque ela possui dois conjuntos de moenda. O que está sendo utilizado tem capacidade para moer sete mil toneladas de cana por dia. Não foi necessário nenhum tipo de adaptação para a colheita e a moagem do sorgo.

A estimativa do coordenador de produção industrial da Clealco, Marcelo Altino Beraldo, é de que sejam moídas 40 mil toneladas de sorgo, com rendimento de 50 a 60 litros de álcool por tonelada.Como o processo ainda está início, até ontem não havia um balanço do rendimento do produto.

Como houve um atraso de cerca de 20 dias para a colheita, pode haver queda na produtividade, segundo Voss. Ele informa que em média a cana rende 7,2 mil litros de etanol por hectare, enquanto o rendimento do sorgo é de 2,2 mil litros no máximo.

Melhoria

Entretanto, ele explica que, por ser diploide, ou seja, ter apenas dois pares de genes, o sorgo pode ser melhorado geneticamente mais rápido do que a cana, que é tetraploide. “O melhoramento genético do sorgo é muito rápido. Hoje parte dos nutrientes vai para o cacho da planta, onde acumula amido. Por isso, a ideia é fazer uma planta com menos cacho, concentrando o teor de açúcar no caule”, explica.

Diferentemente da cana, o sorgo só pode ser usado para a produção de etanol.

Fonte: IDEA on line

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