Cientistas da UE se rebelam contra lei transgênica europeia

Cientistas de 127 institutos de pesquisa da Europa, que agrupam cerca de 25.000 cientistas, exigiram que as autoridades da União Europeia mudem urgentemente a legislação sobre organismos geneticamente modificados (OGMs).

Em carta aberta endereçada ao Parlamento Europeu, Comissão Europeia e Conselho, cientistas alertam que o atual regulamento deixa a Europa fora de jogo diante da possibilidade de projetar novas variedades de plantas usando CRISPR para criar “agricultura sustentável”.

No ano passado, o Tribunal Europeu de Justiça equiparou plantas modificadas com CRISPR a transgênicos convencionais, uma decisão que não pode ser apelada. Os OGMs incluem variedades de plantas desenvolvidas há mais de duas décadas com técnicas mais rudimentares para incluir DNA de outras espécies em seu genoma.

Por exemplo, o milho GM MON 810, o único autorizado para cultivo na Europa, carrega um gene da bactéria B. thuringiensis que permite sintetizar uma proteína tóxica para a broca, uma praga.

A decisão do tribunal da UE exige que as plantas modificadas com CRISPR, mesmo aquelas que não possuem DNA de outra espécie, estejam sujeitas às mesmas regras que as plantas transgênicas. Este regulamento exige um processo de teste que pode levar até seis anos e custar até € 15 milhões.

Os cientistas relatam que a decisão do tribunal não é baseada em argumentos científicos. A legislação transgênica, que data de 2001, “não reflete mais corretamente o estado atual do conhecimento científico”, adverte a carta enviada à UE.

Plantas modificadas com CRISPR que não contêm genes de outras espécies são as mesmas ou mais seguras do que plantas obtidas por técnicas convencionais de melhoramento, argumentam os pesquisadores.

 

Agrolink

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