Importadores chineses de soja estão tentando adiar ou cancelar embarques, principalmente de fornecedores do Brasil, à medida que no momento acumulam perdas significativas no processamento da oleaginosa, disseram três fontes do mercado.
A China, que compra cerca de 60% da soja comercializada mundialmente, aproveitou o forte lucro decorrente de esmagamento no início do ano e os menores preços após colheitas recordes no Brasil, para realizar grandes compras da oleaginosa.
Mas esses lucros se transformaram nas maiores perdas em quase três anos, após os mercados de óleos comestíveis da China serem inundados com óleo de canola (colza) leiloado de reservas nacionais e por crescentes importações de outros óleos vegetais alternativos.
“Muitos importadores estão tentando atrasar embarques, até mesmo as grandes tradings estão pedindo aos exportadores para que atrasem”, disse um operador de soja, que não quis ser identificado por não ter autorização para falar com a imprensa.
Processadores de soja da província de Shandong, um importante centro de produção no leste do país, estavam perdendo nesta semana 292 yuans (US$ 43,00) por tonelada de soja processada – o pior patamar desde setembro de 2014.
“É muito difícil processar o número exato de cancelamentos, mas eu não acho que deve passar de cinco a sete cargas Panamax”, disse o operador. Cada navio Panamax carrega cerca de 60 mil toneladas de soja, representando perdas de processamento de cerca de US$ 2.58 milhões.
As importações em maio e junho provavelmente vão atingir cerca de 9 milhões a 9.5 milhões de toneladas, uma vez que as cargas foram adquiridas anteriormente, segundo fontes do mercado. Em julho, as importações devem cair para oito milhões de toneladas, com os maiores declínios devendo acontecer no terceiro trimestre.
Fonte: Reuters