O governador de Mato Grosso Pedro Taques recebeu uma comitiva de 30 chineses nesta terça-feira (21/11), que visitou o estado para aprender mais sobre a produção da cadeia local de suínos, que é referência internacional. A vinda dos empresários chineses é consequência da visita de uma comitiva do executivo estadual à China, ocorrida este mês.
Segundo Taques, toda essa aproximação serve para melhorar e aumentar a parceria comercial entre Mato Grosso e China, que já é o maior importador do agronegócio mato-grossense.
Fazhan Liu, chefe da delegação chinesa em Cuiabá e diretor comercial da empresa Muyuan Foods Co, terceira maior produtora de suínos da China, destaca a importância do desenvolvimento sustentável para reduzir os custos da produção da principal proteína consumida naquele país.
“A produção de suínos na China está passando por uma mudança muito grande. Os pequenos produtores estão diminuindo e sendo substituídos pela industrialização, e isso aumentou a nossa importação. Estamos em busca de aprendizado, tecnologia e sustentabilidade para nos enquadrar nesse novo modelo: produzir com qualidade e reduzir nossos custos”, disse.
Para Pedro Taques, Mato Grosso está pronto para atender, também, a esta exigência. “Temos de produzir mais, não apenas em quantidade, mas principalmente em qualidade. Precisamos destacar o desenvolvimento ambiental e social”, enfatizou.
“Para isso, criamos a estratégia PCI e temos tido reconhecimento internacional em razão dela. Recebemos quase R$ 170 milhões da Alemanha e do Reino Unido durante nossa viagem este mês, após passarmos pela China. Essa delegação veio ao lugar certo”.
A soja e o milho também são produtos de interesse dos empresários chineses. “A produção própria da China não é o suficiente para atender a todos. Hoje, anualmente, importamos cerca de nove milhões de toneladas de soja. Estamos aqui para melhorar essa parceria, e também aprender mais sobre preservação ambiental, segurança alimentar, controle de custos e de doenças das lavouras. Para isso, Mato Grosso é nossa referência”, disse Xinai Chang, vice-presidente da empresa Pequim Harmony Sunshine Agricultura e Pecuária Technology Service Co.
Consumo
A China é líder mundial na produção, no consumo e na importação de carne suína, e a demanda por carne e por sua qualidade vem aumentando. Além disso, há uma crescente pressão dos desafios ambientais e o governo vem colocando regulamentos mais rígidos para se adequar às mudanças climáticas de forma a garantir a segurança alimentar e o abastecimento seguro e equilibrado de alimentos.
Conforme dados apresentados pela equipe chinesa, nos últimos 30 anos o consumo de carne da China quadruplicou. Mesmo com produção própria, o país segue dependendo da importação de outras matérias-primas para alimentação.
Mato Grosso tem grande potencial para atender a esta demanda. Ainda conforme informações fornecidas pelo grupo, as importações da China equivalem a aproximadamente 50% do volume anual total de importação de soja do Brasil, e cerca de 80% desse montante é todo direcionado para a indústria de alimentos para animais.
Estratégia PCI
Em Paris (França), durante a COP 21 em dezembro de 2015, mais uma ação em busca do desenvolvimento sustentável tornou o Estado de Mato Grosso mais atrativo para investimentos. Taques falou sobre a estratégia de MT para contribuir com a redução do aquecimento global. Com uma área de 900.000 km², o estado mantém 60% do seu território preservado.
A estratégia PCI – Produzir, Conservar e Incluir, já atrai investidores de todo o mundo, que pretendem aplicar em custeio agrícola, pecuário e florestal.
A PCI possui metas ambiciosas nos três eixos propostos: expansão e aumento da eficiência da produção agropecuária e florestal; conservação da vegetação nativa e recomposição dos passivos; e inclusão socioeconômica da agricultura familiar e populações tradicionais.
Durante a COP 23, que ocorreu na Alemanha na semana passada, o Estado de Mato Grosso recebeu R$ 170 milhões para investimentos no combate ao desmatamento, reflorestamento e ações de apoio à agricultura familiar e comunidades tradicionais. O recurso vem do banco estatal alemão KFW.
Fonte: Cenário MT