A China foi o principal a importar produtos agrícolas que fazem parte da balança comercial do agronegócio brasileiro, no primeiro semestre do ano. Foram US$ 11,75 bilhões, aproximadamente 27,2% do total exportado pelo setor, que alcançou US$ 43,26 bilhões. Os dados são do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (AgroStat), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O montante de produtos agropecuários exportados pelo País (US$ 43,26 bilhões) representou redução de 11,9% em comparação a igual período de 2014. De janeiro a junho passado, as importações ficaram em US$ 7,06 bilhões, registrando queda de 15,3% sobre o mesmo comparativo. Apesar disso, o saldo da balança comercial no primeiro semestre deste ano foi positivo, de US$ 36,2 bilhões.
Apesar dos bons resultados, no que diz respeito a valores houve uma queda de 17,5% nas vendas externas para o mercado chinês, em comparação a igual período do ano passado. O complexo soja continua liderando com US$ 9,64 bilhões. Principal produto exportado, a soja em grãos somou US$ 9,56 bilhões no mesmo período, o que significou redução de 20,2% em relação ao primeiro semestre de 2014.
De acordo com o AgroStat, o recuo foi ocasionado pela retração no preço da soja (de US$ 506 para 387 por tonelada), que não foi compensado pelo crescimento de 4,2% na quantidade embarcada, que passou de 23,7 milhões de toneladas no ano passado para apenas 24,7 milhões de toneladas nos seis primeiros meses de 2015.
Ainda conforme o Sistema de Estatísticas do Mapa, os produtos florestais ficaram em segundo lugar nas exportações para a China, ao alcançar vendas na ordem de US$ 906,33 milhões. Em terceiro apareceu o setor de couros, com US$ 345,22 milhões; e em quarto, o complexo sucroalcooleiro, com US$ 329,73 milhões. O setor de carnes, com US$ 312,16 milhões, ficou em quinto lugar.
“Esses resultados demonstram, claramente, que o agronegócio continua responsável pelo equilíbrio da nossa balança comercial. Enquanto todos os demais setores mantiveram índices negativos, o superávit de exportações do agronegócio está garantindo resultados gerais positivos”, comenta o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura Alberto Figueiredo.
Em relação à queda dos preços das commodities, ele destaca que o Brasil deveria estar mais atento em relação à estratégia de mercado, estimulando “a substituição de nossa pauta de exportações de produtos primários para produtos industrializados ou semi-industrializados”.
“O Brasil sempre se acomodou na categoria de fornecedor de matérias-primas com menor valor agregado, deixando de gerar oportunidades de emprego e renda aos brasileiros, por meio do beneficiamento destes produtos por processos industriais.”
BLOCOS ECONÔMICOS
Ainda conforme dados do AgroStat, com relação aos blocos econômicos e regiões geográficas, no primeiro semestre deste ano, a Ásia ficou em primeiro lugar no ranking de destinos das exportações brasileiras do agronegócio, ao registrar aumento 44,3% para 44,6% na participação da região, apesar da queda nas exportações de US$ 21,73 bilhões para US$ 19,28 bilhões.
A União Europeia foi o segundo mercado que mais comprou produtos agrícolas do Brasil no primeiro semestre, com US$ 9,19 bilhões. Mesmo assim, houve queda de 12,4% em relação a igual período de 2014.
Entre os países que mais contribuíram para amenizar a queda nas exportações, conforme o AgroStat, estão o Vietnã, com aumento de US$ 260 milhões em comparação ao primeiro semestre de 2014; Irã, com US$ 163 milhões; Bélgica, US$ 149 milhões; e Arábia Saudita, com US$ 129 milhões.
PRODUTOS
Em termos de valor exportado entre janeiro e junho deste ano, o complexo soja foi o principal item das vendas externas, com US$ 15,97 bilhões, ou 78,3% relativos ao grão.
“O incremento de participação da soja demonstra mudança no perfil exportador do Brasil, que apareceu no mundo como exportador de café em décadas passadas” destaca o diretor da SNA Alberto Figueiredo.
Em segundo lugar no ranking dos produtos mais vendidos ao exterior, vêm as carnes, com US$ 6,94 bilhões; em terceiro, os produtos florestais, com US$ 4,96 bilhões; e em quarto, o complexo sucroalcooleiro com US$ 3,85 bilhões no primeiro semestre de 2015. Em quinto lugar, apareceram as exportações de café, com US$ 3,16 bilhões.
Entre os cinco principais setores do agronegócio brasileiro, o café foi o único a ter crescimento tanto em quantidade (+0,3%) quanto em preço (+8,3%), o que significou um crescimento de 8,7%, em valor, das vendas externas da cafeicultura.
Por equipe SNA/RJ