China aproveita melhora da competitividade da soja da Argentina e garante compras no país

Fotos de banco de imagens por Vecteezy

A Agrinvest Commodities informou na última quarta-feira (13) mais novidades sobre a demanda da China pela soja da Argentina, com três cargos do produto argentino sendo reportados para a nação asiática nesta madrugada. Os negócios são para os embarques setembro/outubro. “A Argentina, nestes últimos dias, foi mais agressiva na venda de soja para a China com a criação de uma nova rodada do ‘dólar soja’, mas que desta vez atende também aos compradores (esmagadoras e exportadoras)”, informou a consultoria.

Estas novas diretrizes são parte da quinta edição do Programa de Incremento Exportador (PIE), do governo argentino, que busca garantir a geração de divisas para o país, estimulando novos negócios e a garantia, na sequência do cumprimento de seus compromissos financeiros com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Assim, desde que reportadas, na semana passada, até esta terça-feira, 12 de setembro, as vendas de soja no país sul-americano totalizaram um pouco mais de 1.5 milhão de toneladas, segundo dados da Bolsa de Comércio de Rosário.

Apesar dos negócios terem registrado um ritmo mais intenso do que vinha sendo observado, já que a intensa desvalorização do peso argentino travou o comércio de grãos no país de forma bem agressiva, o volume de soja negociada foi inferior ao registrado nas edições anteriores. Segundo especialistas, este quadro foi reflexo de uma combinação de incertezas e baixos estoques, depois da perda histórica na safra 2022/23 em função do clima adverso.

A Bolsa de Rosário informou ainda que do total de negócios, realizados somente na última terça-feira, de 404.435 toneladas, 315.570 toneladas foram em contratos e 88.890 toneladas de fixações. Avançaram não só as vendas de soja, mas também dos derivados, em especial, do óleo.

As recentes rodadas do ‘dólar soja’ na Argentina contribuíram para uma retomada, mesmo que parcial, do fluxo da soja na América do Sul. Afinal, não foram só os preços que afastaram os vendedores do mercado, mas também a quebra de 50% na safra 22/23 causada pela seca. Ainda assim, segundo um estudo realizado pela Universidade de Illinois, as exportações do complexo soja argentino caíram expressivamente de janeiro a julho deste ano. Foram 33% de queda no farelo, 25% no óleo e 72% no grão, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Exportações de soja da Argentina de janeiro a julho de 2023 – Gráfico: FarmdocDaily/Universidade de Illinois

Entre os maiores compradores da soja e dos derivados da Argentina estão a China, a Índia e a Holanda. Assim, para cumprir parte dos contratos anteriormente firmados para a exportação, o país sul-americano importou 7.19 milhões de toneladas de soja de janeiro a julho deste ano, mais do que o dobro da média dos últimos cinco anos.

Importações de soja da Argentina de janeiro a julho de 2023 – Gráfico: FarmdocDaily/Universidade de Illinois

“As importações de soja do Brasil aumentaram dezesseis vezes nos primeiros sete meses de 2023 em comparação com o mesmo período, enquanto as importações de soja do Paraguai aumentaram 33%. No entanto, houve poucas importações de grãos de soja do Uruguai, que já havia sido um fornecedor importante em anos anteriores”, indica o estudo da Universidade de Illinois.

Para a nova temporada, o cenário esperado é outro. Há a estimativa de uma retomada da oferta argentina, com a safra 2023/24 sendo esperada uma produção próxima das 50 milhões de toneladas, garantindo que as exportações de farelo e de óleo também possam ser maiores, com um processamento também se recuperando.

As condições climáticas deverão ser mais favoráveis para as lavouras argentinas com a ocorrência do El Niño. O fenômeno climático deve trazer mais chuvas ao país, o que faz a instituição estimar a nova safra de soja em, exatamente, 50 milhões de toneladas. Confirmada, esta seria a maior dos últimos cinco anos, além de superar largamente as 21 milhões de toneladas do ano passado.

Para o milho, a estimativa da bolsa é de uma produção de 55 milhões de toneladas, o que poderia configurar a segunda maior safra entre os registros da entidade, enquanto se estimam ainda 16.5 milhões de toneladas de trigo.

Fonte: Notícias Agrícolas
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