Cepea/Esalq: desempenho dos principais produtos agrícolas em agosto

Açúcar: Durante todo o mês de agosto, os preços do açúcar cristal praticados no mercado spot do Estado de São Paulo seguiram em movimento de alta. Na última semana, particularmente, usinas restringiram ainda mais o volume disponível para as vendas domésticas, e, assim, as cotações médias subiram para a casa dos R$ 84,00 por saca de 50 kg.

Algodão: Em agosto, os preços do algodão em pluma subiram no mercado interno. Apesar da posição firme de vendedores, novos negócios foram registrados no spot, devido à necessidade das indústrias em repor estoques. A maioria, no entanto, envolveu pequenos volumes.

Arroz: Os preços do arroz em casca, que vinham operando nas máximas nominais desde o início deste ano, atingiram em agosto recordes reais da série do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), iniciada em 2005.

No dia 11, o Indicador Esalq/Senar-Rio Grande do Sul, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista, fechou a R$ 73,05/saca de 50 kg, acima do até então patamar recorde real, atualizado para R$ 71,59/saca, que foi registrado em maio de 2008 (a série mensal do Cepea foi deflacionada pelo IGP-DI de julho/2020).

A partir de então, as máximas reais foram renovadas consecutivamente até o encerramento do mês, quando o indicador fechou a R$ 94,02/saca de 50 kg. A média de agosto ficou em R$ 78,94/saca (22,07% acima do resultado de julho) e 62,66% acima da média de agosto de 2019, em termos reais.

Boi: O ano de 2020 avança e já vem sendo marcado por um novo período de recordes. As intensas exportações brasileiras de carne atreladas à oferta restrita de boi gordo no pasto, evidenciada por dados oficiais indicando menor número de animais abatidos, mantêm os preços da arroba em alta no mercado nacional.

Café: As cotações do café arábica registraram forte alta em agosto, devido especialmente aos avanços externos e do dólar. O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, registrou média de R$ 578,84/saca de 60 kg, com alta de R$ 72,87 por saca (ou 14,40%) em relação à de julho.

Etanol: Em agosto, o volume de etanol hidratado comercializado foi o maior da temporada 2020/21 (que se iniciou oficialmente em abril), segundo levantamento do Cepea. Na comparação com julho, a alta foi de 20,60%; porém, em relação ao mesmo período de 2019, houve queda de 12,70%.

Frango: Pelo terceiro mês consecutivo, a avicultura de corte registrou alta nos preços. Esse cenário em agosto se deve, principalmente, à elevada competitividade da proteína no mercado doméstico frente às concorrentes bovina e suína e aos embarques aquecidos, que atingiram o segundo maior volume do ano.

Milho: As cotações de milho continuaram em alta em agosto, atingindo recordes nominais da série do Cepea. O avanço foi reflexo da demanda interna aquecida, do bom ritmo das exportações e do baixo interesse de vendedores em negociar grandes lotes.

Ovinos: Após registrarem altas nos meses de junho e julho, os preços do cordeiro vivo recuaram na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea, exceto em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde ficaram estáveis no período.

Soja: A demanda pela soja brasileira esteve aquecida em agosto, tanto de indústrias domésticas quanto de importadores, sendo verificada, inclusive, disputa entre esses compradores por novos lotes. Esse cenário elevou os preços e diminuiu a diferença entre os preços pagos no porto de Paranaguá (PR) e no Estado do Paraná.

Trigo: A forte queda nas temperaturas em agosto no sul do Brasil, além das geadas e chuvas volumosas, deve diminuir a produtividade das lavouras de trigo. Ainda há incertezas quanto às perdas totais, mas se estima uma menor produtividade nos três estados da região Sul.

 

Fonte: Cepea

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