Depois de o setor in natura passar pela pior crise de rentabilidade (2017-2018) dos últimos 20 anos, em 2019, finalmente, bataticultores registram um período de recuperação.
No entanto, nem todos usufruem deste bom momento. A crise de 2017-2018 resultou na saída de muitos produtores da atividade, com alguns em recuperação judicial e outros precisando reduzir os investimentos em 2019 por falta de caixa.
Assim, entender a última crise – e, principalmente, o perfil do produtor que conseguiu se manter após esse período – é uma peça importante para estudar o futuro da bataticultura.
Nesse contexto, a edição especial sobre batata da revista Hortifruti Brasil – publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP – traz alternativas de diversificação aos produtores que ainda estão no setor, para que estes avaliem as melhores opções para proteção contra os riscos.
Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, o mercado in natura tem comportamento cíclico de preços, relacionado, especialmente, a amplas oscilações no volume de oferta. Assim, no geral, o produtor que diversifica sua produção consegue resistir mais no setor frente ao que se dedica apenas ao mercado de mesa.
Todas as propriedades típicas avaliadas para este Especial Batata 2019 não apresentam uma atividade única e dependente somente da produção de mesa. A diversificação com a indústria é uma opção atrativa, já que se mantém na atividade e com poucos ajustes para se adaptar às processadoras (chips ou pré-frita congelada).
E o segmento industrial, além de ter maior estabilidade em termos de preços, tem apresentado maior resposta do consumidor, com incrementos importantes de consumo a cada ano.
Assim, para se manter vivo na bataticultura, não se deve apegar aos atuais altos preços que o mercado in natura vem registrando. É preciso ter estratégias para resistir a períodos (talvez longos) de baixos preços de tempos em tempos.
Cepea