O Mato Grosso do Sul deve investir em três eixos logísticos prioritários para facilitar e melhorar o escoamento dos produtos do agronegócio. São eles: Hidrovia Rio Paraguai; ALL Malha Oeste – no trecho entre Corumbá (MS), Campo Grande (MS) e Santos (SP); e Ferroeste, no trecho Maracaju (MS), Dourados (MS), Guaíra (PR) e Paranaguá (PR).
Com uma projeção para 2020, os estudos levaram em conta dez pontos de integração no estado, prevendo uma movimentação econômica por ano na ordem de R$ 7,2 bilhões entre os eixos. O montante pode representar uma queda de 11,8% nos custos do escoamento da produção agrícola, considerando os volumes previstos para os próximos sete anos. O anúncio oficial do MS Competitivo foi feito na segunda-feira, 25 de novembro, durante evento promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul) e Federação das Indústrias do Mato Grosso do Sul (Fiems).
O novo traçado integra o Projeto Centro-Oeste Competitivo, divulgado no final do mês de outubro pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que prevê investimentos de aproximadamente R$ 37 bilhões em 105 eixos prioritários para toda a região. O programa tem como objetivo planejar estratégias para a infraestrutura de transporte e logística de cargas dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. A intenção é integrá-los física e economicamente entre si, às demais localidades do Brasil e aos países sul-americanos.
O MS Competitivo identificou e selecionou os sistemas de logística de custo menor, considerando os mercados internos e externos do estado, através dos transportes de cargas. De acordo com o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, além dos investimentos urgentes nos portos brasileiros, por onde passam em torno de 90% do escoamento da produção agrícola do país, também é necessário investir em outros setores, como energia, telecomunicações e mão de obra. “Levando em conta estes três últimos pontos, o mais impactante em curto prazo é a mão de obra qualificada, pois vivemos em uma fase de pleno emprego no agronegócio, com salários valorizados, mas com produtividade abaixo da necessidade, por causa da falta de profissionais”, ressalta.
Na opinião de Riedel, para reduzir os problemas logísticos do Brasil, há a necessidade de buscar as Parcerias Público-Privadas (PPPs), mas faz uma ressalva: “O capital privado só vai onde tem atrativo e segurança jurídica de longo prazo”. “O governo não estava acertando a mão na hora de oferecer, por exemplo, os leilões de rodovias. Com o sucesso dos leilões dos aeroportos do Galeão e Confins, pode ser que haja uma mudança”, acredita. “O governo sabe que não tem recursos para investir em toda a malha rodoviária do país e, por isso, precisa do capital privado para solucionar os gargalos logísticos.”
O ESTUDO
O MS Competitivo apresenta estudos e impactos significativos sobre a construção da Ferroeste (EF-484) entre Maracaju-Dourados e Cascavel (Paraná) até Paranaguá; a construção do Terminal de Grãos de Maracaju; a dragagem e sinalização da hidrovia do Paraguai entre Cáceres e Porto Murtinho.
Também foi feito um levantamento do perfil do Aeroporto Internacional de Campo Grande (SBCG); o perfil dos armazéns de granéis sólidos de Mato Grosso do Sul; da Ferrovia ALL malha Oeste (ALLMO); um estudo sobre as principais rotas atuais de escoamento e exportação da região Centro Norte de Mato Grosso do Sul – cargas consolidadas; resumo dos principais gargalos potenciais futuros nos modais; um estudo da BR-163, um mapeamento da produção industrial e estudos sobre o potencial de Mato Grosso do Sul.
Por equipe SNA/RJ