Cenário segue positivo para soja no Brasil

Os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a quinta-feira (24/1) em pequena elevação de 0,08% no preço médio da soja sobre rodas nos portos brasileiros, para R$ 78,13/saca. A informação faz parte da pesquisa diária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No interior, a alta foi de 0,22%, para R$ 72,91/saca, segundo a mesma pesquisa.

“Embora leves, as altas de 0,23% do dólar e de 0,03% no vencimento março em Chicago contribuíram. Estas altas, porém, não foram suficientes para recolocar os preços nos mesmos níveis do último dia de dezembro passado. O preço de exportação ainda está 2,54% abaixo e o preço no interior, 1,61% abaixo”, disse o analista da T&F Consultoria Agroeconômica Luiz Fernando Pacheco.

Os negócios com a soja 2018/19 no mercado brasileiro parecem estar retomando seu ritmo e, somente nos últimos dias, a China comprou de seis a sete navios de soja para embarque em fevereiro, o que totalizaria mais de 400.000 toneladas. Segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, essa foi uma soja fechada na faixa de R$ 79,00/saca.

Ainda de acordo com o executivo, o movimento não deu espaço para grandes mudanças no cenário atual de preços para o produto brasileiro, apesar de ter provocado uma leve melhora nos prêmios, e indica que a demanda da nação asiática pela soja nacional continua bastante ativa.

Além do mais, as compras também são realizadas em um momento de necessidade dos chineses antes da chegada do grande feriado do Ano Novo Lunar e também frente a estoques mais baixos neste momento.

Segundo o analista Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado, o line up de navios à espera de soja brasileira vem aumentando e já representa cerca de três milhões de toneladas para as próximas semanas.

Entretanto, Brandalizze chama a atenção para a fragilidade de movimentos como este. “A China sabe que não pode entrar muito agressiva nas compras porque pode subir o prêmio de forma considerável no Brasil. Além disso, novos negócios, para embarques mais longos, continuam escassos”, disse o consultor.

Fundamentos

A atualização do modelo climático americano (GFS) trouxe expectativa de chuvas mais intensas para o leste e para o sul do Brasil nos próximos dez dias, de acordo com a AgResource.

“O oeste baiano ainda permanece com volumes bastante limitados no período, enquanto projeções mais otimistas são esperadas para grande parte de do Centro-Oeste”, informou a consultoria.

“Com as recentes mudanças, a confiança no modelo ainda é limitada, com confirmações sendo esperadas nas atualizações também do modelo europeu (ECM), que ainda não trouxe o aumento de chuvas no Goiás na mesma proporção do GFS”.

O chefe de meteorologia da ARC, Scott Yuknis, afirma que as correntes de ar na América do Sul nos próximos sete dias indicam que as regiões produtoras de umidade na América do Sul estão basicamente ‘desligadas’. E conclui dizendo: “É muito difícil uma mudança em um padrão climático ‘travado’, especialmente durante o meio do verão”.

 

Agrolink/Notícias Agrícolas

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