O cultivo da safra de soja 2015/16 do Brasil avançou para 20% da área total prevista para o atual ciclo agrícola, mas continua atrasado em relação à média dos últimos cinco anos, que foi de 30%. Isto se deve, principalmente, à relativa falta de chuvas na região Centro-Oeste, conforme avaliação da consultoria AgRural, divulgada no fim de outubro.
Avaliando o atual cenário, o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura Hélio Sirimarco acredita que a situação deve mudar nas próximas semanas.
“Ainda temos tempo suficiente para o plantio. Os produtores de soja de Mato Grosso, por exemplo, vão poder respirar mais aliviados nos próximos dias, porque há chuvas previstas nos mapas meteorológicos do Estado”, ressalta.
Sirimarco comenta que, segundo a Somar Meteorologia, a previsão é de que as precipitações serão mais abrangentes que as ocorridas, desde o início da janela do plantio, em meados de setembro, “o que tende a destravar os trabalhos no campo e sustentar as projeções de uma nova safra recorde”.
PREVISÕES
“A previsão é de que as melhores chuvas em Mato Grosso e no restante do Centro-Oeste se estendam de agora até a primeira semana de novembro. Depois deste período, a perspectiva é de retorno das temperaturas elevadas e precipitações isoladas, mas as lavouras devem aguentar esta falta de umidade. Já na segunda quinzena de novembro, a previsão volta a ser favorável à soja, com mais chuvas.”
Para o vice-presidente da SNA, o atual cenário de irregularidade de chuvas na região central brasileira é reflexo do fenômeno El Niño, que no Sul do País tem provocado excesso de umidade.
“Em Mato Grosso, o fenômeno climático vai contribuir com mais um período seco, entre o fim de dezembro e janeiro. Já no Rio Grande do Sul, estado mais afetado pelas chuvas, o plantio de soja ainda está no ínício. Por isto, não foram registradas perdas até o momento.”
LEVANTAMENTO
Um levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) indica que o plantio da soja em MT, por exemplo, avançou para 19,57% da área prevista no estado, até o último dia 21 de outubro. “Está muito próximo dos 20,11% do mesmo período de 2014, quando também houve um tempo de seca”, lembra Sirimarco.
Para o vice-presidente da SNA, assim como ocorre todo ano, existem áreas de plantio de soja mais afetadas. “O produtor está sempre exposto às questões climáticas. Este é o risco que, infelizmente, não pode ser gerenciado.”
Fonte: Agrolink