A segunda safra de milho do Brasil na temporada 2015/16 foi estimada nesta segunda-feira em 52.8 milhões de toneladas, queda de 10% na comparação com a previsão divulgada em abril, devido à seca e ao calor intenso registrados principalmente no Centro-Oeste do País, segundo relatório da consultoria Céleres.
Com isso, a safra que está no campo deverá registrar uma queda de 4,6% na comparação com a da temporada passada.
A consultoria, que reduziu sua estimativa da segunda safra, assim como outras empresas de análises do setor após a seca em abril, aponta agora uma safra total do Brasil de 81.5 milhões de toneladas contra 87.5 milhões de toneladas na projeção anterior.
“No que se refere à produtividade, as observações a campo indicam que já existem perdas irrecuperáveis devido à forte estiagem de abril/16, na qual importantes regiões produtoras ficaram cerca de 20 dias sem chuvas, sobretudo em Goiás e Mato Grosso”, disse a Céleres.
A consultoria disse ainda que “há que se considerar que a frustração nas lavouras de milho poderá ser maior, uma vez que parte dessas ainda está em estágio de floração e enchimento de grãos, o que nos leva a crer que possíveis chuvas em maio/16 sejam determinantes para o efetivo potencial produtivo da safra de inverno”.
Portanto, acrescentou, a Céleres “coloca a projeção com viés negativo, sendo possíveis novos cortes na produção, a depender dos níveis pluviométricos observados no decorrer de maio/16”.
Consumo e Exportação
Em função dos altos preços do milho em todo o primeiro semestre e da manutenção dessas cotações no restante do ano, a expectativa é de que o consumo do cereal destinado à alimentação animal seja de 48.8 milhões de toneladas, disse a Céleres, apontando uma queda de 4% em relação à estimativa passada e de 2% na comparação com a safra anterior.
A projeção de exportações do Brasil, o segundo exportador global, também foi levemente reduzida devido à menor produção do cereal, para 27.5 milhões de toneladas em 2015/16.
Fonte: Reuters