Cecafé: Exportações em agosto aumentam 29% em volume e 7,50% em receita

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As exportações brasileiras de café totalizaram em agosto 3.673 milhões de sacas de 60 quilos, 29,40% mais que no mesmo mês de 2022. A receita de US$ 723.8 milhões foi 7,50% maior que a de agosto do ano passado, segundo informou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Segundo a entidade, o bom desempenho reflete o aumento nos embarques dos cafés conilon e robusta e “uma certa recuperação” nos embarques da variedade arábica. No caso dos dois primeiros, o volume exportado aumentou 443%, para 699.000 sacas em agosto, “o que resulta no melhor desempenho das exportações dessa variedade em um único mês”. Os embarques de arábica aumentaram 11,20%, para 2.65 milhões de sacas. Segundo o Presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, os cafés canéforas (conilon e robusta) brasileiros permanecem mais competitivos e demandados, pois importantes produtores da variedade, principalmente Vietnã e Indonésia, têm enfrentado adversidades climáticas e queda na produção.

“Esse cenário tem sido muito favorável para o produtor do Brasil, pois o preço vem se mantendo estável nos últimos meses, já que a alta substancial na Bolsa de Londres, que saiu de US$ 1.735,00 por tonelada no vencimento novembro/23, em 30 de dezembro passado, para os atuais US$ 2.430,0 a tonelada, alta de 40%, apesar da queda do dólar de R$ 5,21 para R$ 4,92 no mesmo período, contribui bastante para esses recordes nas exportações de conilon e robusta”, indicou Ferreira em comunicado.

Segundo ele, com a recuperação na safra 2023 de arábica no Brasil, já se observa uma redução no percentual de canéforas nos blends no consumo interno, o que aumenta a disponibilidade dessa variedade para o mercado internacional, também favorecendo uma maior competitividade. “As perspectivas para nossos conilon e robusta seguem positivas, pois o advento do El Niño, ainda que não tão intenso, cria um ambiente favorável à estabilidade deste mercado em curto e médio prazos”, indicou.

Em relação ao arábica, Ferreira indicou que com o final da colheita, se confirma um aumento nos volumes recebidos nos armazéns, o que já se previa em função da boa carga observada nas lavouras no período de pré-colheita, principalmente nas áreas que foram muito impactadas, nos últimos dois anos, pela estiagem e pela geada.

“Com uma disponibilidade superior a 2021 e 2022, o fluxo de cafés comercializados aumentou significativamente, tanto para entrega futura, quanto para novos negócios, o que pressionou a Bolsa de NY nos últimos meses. Como a qualidade reportada é muito boa e, embora o trade venha experimentando, de um modo geral, diferenciais mais apertados contra a plataforma nova-iorquina, o Brasil recupera participação nas exportações de arábica, registrando volumes superiores aos observados nos últimos meses do primeiro semestre, ou seja, no final da safra 2022/23”, indicou.

O Presidente do Cecafé reitera que as perspectivas são positivas para os embarques do País continuarem avançando, uma vez que foram observadas floradas importantes no parque cafeeiro, mais recentemente no arábica e, anteriormente, nos canéforas. “Caso tenhamos condições climáticas adequadas daqui à próxima colheita, o Brasil tem plenas condições de retomar, a partir da temporada 2024/25, volumes próximos aos verificados em 2020”, indicou.

Fonte: Broadcast Agro
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