Carnes: o que OCDE e FAO apontam para o Brasil até 2024

Para estes tempos de desesperança interna generalizada talvez não haja remédio melhor do que ouvir o que dizem, externamente, organismos internacionais a respeito das perspectivas do Brasil na produção agropecuária.

Aqui, os organismos internacionais são a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsáveis pela edição anual do “OECD-FAO Agricultural Outlook”.

Pois, lançada ontem, 1º de julho, a edição de 2015 do “Outlook” dedica matéria especial ao Brasil, “país que está entre as dez maiores economias do mundo e é o segundo maior fornecedor mundial de alimentos e produtos agrícolas”. E afirma que o Brasil está prestes a se tornar o principal fornecedor de uma demanda adicional proveniente, na maior parte, de países asiáticos.

Para OCDE e FAO, o crescimento da oferta brasileira deve ser impulsionado por melhoria contínua da produtividade, conversão de mais áreas de pastagem em lavouras e por uma produção pecuária mais intensiva. Por sua vez, os resultados positivos daí advindos poderão ser potencializados mediante reformas estruturais, reorientação do apoio à produtividade (aumentando-se, por exemplo, os investimentos em infraestrutura) e pela efetivação de acordos de comércio que ampliem o acesso a mercados externos.

Como projeta as tendências de toda uma década (no caso presente, de 2015 a 2024), a nova edição do Agricultural Outlook estima que nestes próximos 10 anos a produção brasileira de carnes deve permanecer em grande crescimento, a carne de frango sendo responsável por mais da metade do aumento previsto – um processo impulsionado tanto pelo consumo interno como pelo incremento da demanda internacional.

Prevalece, também, a expectativa de consistente aumento dos preços pagos ao produtor. Mas a carne de frango tende a ser a menos beneficiada: o previsto é expansão média da ordem de 3,9% ao ano, índice inferior ao apontado para a carne bovina (4,4% ao ano) e, principalmente, a suína (5,9% ao ano). De toda forma, ajustados à inflação, os preços das três carnes devem apresentar evolução modesta, senão negativa.

 

Fonte: AviSite

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