Com o embargo imposto pela União Europeia a cerca de duas dezenas de frigoríficos brasileiros, as exportações de carne de frango salgada caíram drasticamente. Apenas um ano atrás, por exemplo, no terceiro trimestre de 2017, as vendas giraram em torno das 12.000 toneladas mensais. Em junho último retrocederam para 3.795 toneladas, quase 70% menos que o registrado entre julho e setembro do ano passado.
É verdade que, em várias outras ocasiões anteriores, os embarques mensais retrocederam em níveis próximos dos observados no mês passado. Isso, entretanto, decorria do vencimento (geralmente no mês de junho) das quotas anuais mantidas com a União Europeia. Os embarques do mês, mínimos, apenas preenchiam o restante da quota.
Mas o que foi registrado em junho último parece não ser efeito do preenchimento da quota anual. Pois nos meses anteriores os volumes já vinham sendo extremamente baixos.
Isso fica mais claro quando se observa, por exemplo, que nos nove anos (108 meses) decorridos entre julho de 2007 e junho de 2016, os embarques médios ficaram próximos das 16 mil toneladas mensais. Já nos 12 meses seguintes (julho/2016 a junho/2017) essa média recuou para 14.285 toneladas/mês. Por fim, nos últimos 12 meses (julho/2017 a junho/2018) caiu para 8.569 toneladas/mês.
Em outras palavras, a queda ora enfrentada não é fato novo decorrente das medidas europeias. É um movimento iniciado dois anos atrás e que agora alcança seu ápice.
Será o fim das vendas externas de carne salgada? Ou o setor encontrará novos caminhos? As perguntas são pertinentes. Pois, 16 anos atrás (2002), o Brasil recorria à Organização Mundial do Comércio (OMC) para reclamar, exatamente, das barreiras europeias às exportações de carne salgada. Então, o Brasil ganhou.
Fonte: AviSite