Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) relativos a abril de 2017, confirmam que a operação Carne Fraca influenciou vários dos importadores brasileiros de carne de frango, fazendo com que o acumulado no primeiro quadrimestre do ano voltasse a apresentar resultados negativos. Alguns exemplos:
(1) Considerando-se apenas os dez principais importadores, no fechamento do primeiro trimestre somente três vinham registrando queda no volume importado. Pois agora esse número dobrou: são seis.
(2) Em decorrência dessas reduções, o volume total importado pelo grupo, positivo no primeiro trimestre, sofreu reversão, fechando o quadrimestre com 2,5% de queda.
(3) Entre os demais importadores (110 países no 1º trimestre) o incremento anterior, de 1,76%, transformou-se em redução de 8,42%. Ainda que o total de importadores tenha aumentado de um mês para outro, passando de 120 para 123 países.
(4) Como corolário disso tudo, o volume acumulado no ano, 3% maior no fechamento do primeiro trimestre, encerrou o quadrimestre inicial de 2017 com um recuo de quase 4,5%.
Como, felizmente, os preços da carne de frango brasileira vêm obtendo forte valorização em relação a 2016, os efeitos sobre a receita cambial foram menores, com os resultados globais apresentando variação positiva. Mesmo assim, mais um país juntou-se à Holanda (que já vinha reduzindo suas importações desde o início do ano). O pior, neste caso, é que a redução envolve o importador mais promissor para as negociações brasileiras de carnes: a China.
No bimestre março/abril (meses diretamente afetados pelos desdobramentos da operação Carne Fraca), a China apresentou grande retração, importando não mais que dois terços do que havia registrado no mesmo período do ano passado. Resultado: a receita cambial chinesa agora é menor que em 2016 e, em vez do aumento de 10% registrado no fechamento do primeiro trimestre, passou a apresentar queda de mais de 3%. Ou quase US$ 17.7 milhões a menos.
Quanto ao bloco dos dez principais importadores, permanece praticamente inalterado em relação ao primeiro quadrimestre de 2016, apenas com algumas trocas de posição entre os participantes. Mas há dois novos integrantes: o Iraque, que saltou da 18ª para a 9ª posição; e a Rússia, que retorna ao ranking após alguns meses de ausência.
No momento, esses dois países ocupam os lugares que, no ano passado e no mesmo quadrimestre, pertenciam ao Egito (agora na 13ª posição) e a Cingapura (agora na 16ª posição).
Fonte: AviSite