A safra brasileira 2022/23 de cana-de-açúcar deve totalizar 572.9 milhões de toneladas, representando uma queda de 1% em comparação com a safra de 2021/22 (578.8 milhões de toneladas). Os números fazem parte de um recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo a estatal, os efeitos climáticos adversos que afetaram as regiões produtoras em 2020/21 e 2021/22 não prevaleceram na atual safra, que teve condições mais favoráveis para o desenvolvimento. No entanto, o ganho de 1,60% na média nacional no rendimento das lavouras do País foi compensado pela redução de 2,60% na área de cultivo.
O levantamento estima que 8.1 milhões de hectares sejam ocupados com cana na atual safra, contra os 8.6 milhões de hectares em 2020/21 e os 8.3 milhões de hectares em 2021/22.
“Essa redução é explicada pela competitividade com grãos como milho e soja, que atualmente apresentam boa rentabilidade para o produtor, aliada às lavouras de reforma que tiveram o corte inviabilizado pelas condições climáticas”, indica a Conab no relatório.
Produção nas regiões
No Sudeste, principal região produtora do País, a estimativa é de uma redução de 2% na produção, totalizando 355.5 milhões de toneladas, resultado da diminuição de 3,70% na área plantada.
No Centro-Oeste, a Conab estima uma redução de 1,20% na área a ser colhida, totalizando 1.78 milhão de hectares, mas um ganho de 3,50% na produtividade (72,8 quilos por hectare). Assim, a produção estimada é de 129.97 milhões de toneladas, 2,20% maior que a obtida na safra anterior.
Já no Nordeste, a área a ser colhida deve ser 2,40% maior e a produtividade deve aumentar 6%, o que deverá resultar em uma produção de 54.1 milhões de toneladas, 8,60% maior do que a registrada na última safra.
Na Região Norte, a Conab estima um aumento de 6,10% na área a ser colhida e de 9,80% na produção, totalizando 4.2 milhões de toneladas.
Já para o Sul, a previsão é de aumento de 2,60% na área cultivada, com a produção total estimada em 29 milhões de toneladas, uma queda de 8,20%, em comparação com a safra anterior, em virtude da baixa na produtividade.
Mix
A Conab estima que a tendência “é que o mix continue predominantemente alcooleiro” na atual temporada, e prevê uma produção total de etanol (de cana e de milho), neste segundo levantamento, de 30.35 bilhões de litros, um aumento de 1,60% em relação à safra passada.
“Ressalte-se que, com a nova política de preços de combustíveis adotada recentemente, o perfil de destinação de cana está sujeito a mudanças”, indica o levantamento.
Etanol de cana
A estimativa de produção de etanol a partir da cana-de-açúcar é de 25.83 bilhões de litros, uma queda de 2,20% em comparação com a da safra 2020/21.
A produção de etanol anidro proveniente da cana, utilizado na mistura com a gasolina, deverá aumentar 2% em relação à última temporada, totalizando 10.42 bilhões de litros. Quanto ao etanol hidratado de cana, o total a ser produzido deve chegar em 15.41 bilhões de litros, uma queda de 4,80% em relação à safra anterior.
Etanol de milho
Com relação ao etanol à base de milho, a produção continua em expansão e deverá registrar um aumento de 30% em relação à safra passada. A Conab estima uma produção de 4.5 bilhões de litros nesta temporada.
A produção de etanol anidro a partir do milho é estimada em 1.28 bilhão de litros, 32% superior em comparação com a temporada passada, e a produção de etanol hidratado a partir do milho deve ser de 3.24 bilhões de litros, um aumento de 29,60% em comparação com a da safra 2021/22.
Açúcar
A produção de açúcar no País, estimada em 33.89 milhões de toneladas, teve uma redução de 3% em relação ao produzido na temporada anterior (34.93 milhões de toneladas).
“Devido à redução na produtividade nos canaviais, a produção de açúcar ficou comprometida, ao passo que a produção de etanol ficou próxima da estabilidade, quando comparada à intenção das usinas em abril de 2022, no início da safra”, informa a Conab.