Cafeicultura brasileira mostra vigoroso crescimento

Mesmo com redução na área de cultivo, a tradicional cafeicultura do Brasil, com três séculos de história, aumentou nos últimos anos a sua produção e a participação no quadro mundial do setor, onde lidera como produtor e exportador, além de ocupar a segunda posição no consumo.

Em 1997, quando foi constituído o Consórcio Pesquisa Café no País, coordenado pela Embrapa Café, a produção brasileira correspondia a 19% da global. Já em 2020, ano de bienalidade positiva na planta, poderá chegar a 34%, ao mesmo tempo em que a área da cultura diminuiu 20%, evidenciando a relevância da pesquisa no desenvolvimento da atividade.

O consórcio destaca a evolução ocorrida desde o período de sua criação em 1997, até 2020. A área produtiva na época era de 2.4 milhões de hectares e a produção de 18.9 milhões de sacas, com produtividade de oito sacas por hectare.

Safra 2020

Depois de 23 anos, os cafezais ocupam espaço menor (de 1.88 milhão de hectares), mas a sua produção poderá aumentar para 59.6 milhões de sacas, com o rendimento por área de 32 sacas por hectare, segundo o levantamento inicial da safra de 2020 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Com isso, a participação do café no total da produção mundial sobe de 19% para 34% e, mesmo considerando 2019, com bienalidade negativa, a fatia ainda fica em 29%.

A produção brasileira responde por parcela aproximada de um terço da produção mundial e é destinada em cerca de 60% à exportação, onde também elevou sua participação no comércio mundial de 21% para 32% neste período, além de expandir o consumo interno.

Diante de informações de que a demanda global de café entre 2020 e 2030 deverá ter um crescimento médio anual próximo de 2%, o consórcio destaca que, para o País manter a sua fatia de mercado, terá de elevar a sua produção para cerca de 70 milhões de toneladas, o que exigirá “promover a renovação do parque cafeeiro e os investimentos intensos em pesquisas e no desenvolvimento de novas tecnologias”.

Estimativas

As projeções feitas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o café brasileiro em 2019 sobre um período de dez anos, até a safra 2028/29, indicam crescimento de 25,20% na produção entre 2019 e 2029. Está previsto ainda um aumento de 24,30% no consumo e de 16,80% na exportação.

Desta forma, o volume a ser produzido iria chegar a pelo menos 64 milhões de sacas em 2029, com limite superior bastante estendido (até 80 milhões de sacas), enquanto em 2028 (de bienalidade positiva) já atingiria 71 milhões de sacas.

Mas o Mapa observa que “nos anos recentes há tendência de redução da bienalidade entre as safras” e ainda chama atenção para possíveis efeitos de mudanças climáticas no cultivo da planta.

 

Fonte: Editora Gazeta

Equipe SNA

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