Café: liquidez segue baixa no mercado interno, apesar de avanço na colheita

Os negócios com o café arábica estão acontecendo de forma lenta no Brasil nos últimos meses. Com o avanço da colheita no País, no entanto, a expectativa do mercado era de que a liquidez pudesse melhorar, mas não é isso que tem acontecido segundo o CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP).

“A colheita de arábica avançou em todas as regiões brasileiras em julho, favorecida pelo clima mais seco. No entanto, a retração de compradores e vendedores manteve o ritmo dos negócios muito lento”, informou em nota o Centro, acrescentando que as baixas temperaturas acabaram atrasando o processamento do grão, limitando a oferta no mercado à vista.

Além disso, segundo o CEPEA, muitos produtores têm se concentrado nas entregas futuras da variedade.

A Safras & Mercado indicou na semana passada que a colheita de café do Brasil estava em 73% até o dia 25 de julho. Levando em conta a estimativa de safra da consultoria de 51.1 milhões de sacas de 60 kg de arábica e conilon, já foram colhidas 37.06 milhões de sacas. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a produção neste ano em 45.56 milhões de sacas.

A qualidade da safra 2017/18, que está em plena colheita, tem chamado a atenção do mercado, negativamente. No entanto, segundo o CEPEA, os cafés colhidos mais recentemente estão um pouco melhores.

“Em geral, a qualidade dos grãos está melhor, em comparação com os primeiros lotes, que foram classificados como bebida rio devido às chuvas em maio e junho. No entanto, os colaboradores da CEPEA relataram uma peneira menor na maioria das regiões, principalmente no sul de Minas Gerais e em regiões do estado de São Paulo”. Também há incidência de broca.

Para o Centro, o volume menor colhido neste ano está dentro das expectativas, uma vez que o ciclo é de bienalidade negativa. “No entanto, os agentes temem que a oferta possa reduzir ainda mais no final da safra”, informou.

Na terça-feira (1º), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 460,07, em queda de 0,93%.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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