As exportações brasileiras de café devem seguir aquecidas no primeiro trimestre de 2021, ainda fruto da colheita histórica, que atingiu perto de 63 milhões de sacas de 60 quilos em 2020.
O setor exportador, entretanto, avalia ser prematuro estimar números para todo o ano de 2021, já que os embarques vão depender, em boa medida, do que o País vai colher de café a partir de abril e maio.
O que se sabe é que a safra 2021 será menor em comparação com 2020, devido à bienalidade negativa e ao clima desfavorável entre agosto e novembro deste ano.
“A expectativa é de que a produção de arábica (principal tipo de grão exportado) venha a ser menor, em particular no sul de Minas, por causa do longo período de estiagem”, disse o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Nelson Carvalhaes.
Além disso, segundo ele, “a safra de 2020 foi muito boa e os cafeeiros não vão repetir essa performance”. Com estoques governamentais de café próximos de zero, o País depende do que produz a cada ano para cumprir compromissos de exportação e consumo interno.
“Temos condições de suprir o mercado e nossa preocupação é com a sustentabilidade da cadeia produtiva”, afirmou Carvalhaes, se referindo às exigências ambientais e sociais cada vez maiores dos países consumidores. “Temos também a pandemia e devemos continuar com os cuidados com a saúde das pessoas”.
Com relação ao câmbio, o presidente do Cecafé disse que o exportador não é um especulador e que o setor trabalha, portanto, de modo organizado, travando preço e dólar dentro da equação custo e benefício.
Em 2020, o Brasil deve registrar uma exportação recorde de cerca de 43 milhões a 44 milhões de sacas (os números ainda não estão fechados), com receita cambial de aproximadamente US$ 5.5 bilhões.
Fonte: Broadcast Agro
Equipe SNA