CADE recomenda impugnação de negócio entre Monsanto e Bayer

A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) recomendou que a compra da norte-americana Monsanto pela alemã Bayer seja impugnada pelo tribunal da autarquia, de acordo com parecer divulgado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União.

O órgão avaliou que as alegadas eficiências da operação são insuficientes para compensar prováveis efeitos anti-competitivos, e disse que as preocupações identificadas demandam uma “solução de caráter estrutural”.

A compra da Monsanto pela Bayer por US$ 66 bilhões, anunciada em setembro de 2016, criou a maior companhia integrada de agroquímicos e sementes do mundo.

Em nota, a Bayer disse que o parecer do CADE “não significa reprovação da operação”.

“É um passo normal dentro do processo de revisão de casos internacionais mais complexos e que permite ao CADE mais tempo para esclarecer dúvidas e discutir remédios adequados para sanar por completo suas preocupações. As partes estão e continuarão cooperando com o CADE a fim de obter a aprovação da transação o mais breve possível.”

O presidente-executivo da Monsanto, Hugh Grant, disse nesta quarta-feira que a preocupação do CADE sobre a fusão da companhia com a alemã Bayer é um “passo normal” no processo.

Segundo a assessoria do CADE, o prazo para análise do caso começou a contar no dia 24 de abril. A partir dessa data, são 240 dias corridos, que serão esgotados em dezembro de 2017. Se houver prorrogação de 90 dias da avaliação, o prazo acabará em março de 2018.

Agências reguladoras do Brasil, Estados Unidos e Europa estão trabalhando juntas para assegurar que a combinação das duas empresas não ameace o equilíbrio do mercado.

No Brasil, grupos que se opõem ao acordo pediram ao CADE para bloquear a transação ou forçar desinvestimentos, incluindo a tecnologia de soja geneticamente modificada Intacta RR2 IPRO da Monsanto e o negócio de herbicidas que contenham o glufosinato de amônio da Bayer.

Na semana passada, o presidente para América do Sul da Monsanto, Rodrigo Santos, disse, no entanto, que a companhia quer manter a tecnologia Intacta após a fusão com a Bayer.

 

Fonte: Reuters

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