Cacau geneticamente modificado pode salvar chocolate

Cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia estão trabalhando em um projeto que pretende modificar geneticamente o cacaueiro para diminuir a incidência de doenças na planta. No ano passado, segundo os pesquisadores, houve perda de aproximadamente 30% das vagens da colheita em todo o mundo.

A alternativa encontrada para combater o déficit na produção de cacau foi o uso da técnica CRISPR, que consiste em repetições palindrômicas curtas, agrupadas, regularmente intercaladas na planta.

Mark Guiltinan, autor da pesquisa, explica que com essa técnica é possível modificar o genoma do cacau por meio da aplicação de uma enzima cortadora de DNA, limitando ou substituindo partes específicas do código genético, e promovendo ou desabilitando certos recursos.

“Com CRISPR, podemos rapidamente ‘quebrar’ um gene e ver o que acontece com a planta. Temos uma lista de genes em desenvolvimento que queremos testar. Queremos avaliar o máximo que pudermos, pois podem haver milhares de genes envolvidos no processo”, disse o pesquisador.

Fabricantes de chocolate deram uma declaração no início do ano afirmando que poderia haver uma escassez significativa do doce até 2020, devido à diminuição na produção de cacau.

Siela Maximova, coautora da pesquisa, afirmou que um dos principais objetivos desse estudo é aumentar a produção da fruta sem a necessidade de investir em mais lavouras, terra e insumos.

“Qualquer aumento na produção nos últimos 20 anos deveu-se principalmente a colocar mais terra para produzir. Porém, terra, água, fertilizantes e outros insumos são limitados”, explicou a cientista.

“Para melhorar a sustentabilidade, precisamos de plantas mais vigorosas e resistentes a doenças e que produzam mais e melhores grãos de melhor qualidade. Este estudo fornece uma ‘prova de conceito’ de que a tecnologia CRISPR pode ser uma ferramenta valiosa no esforço para atingir esses objetivos”, disse Maximova.

 

Fonte: Agrolink

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