Na segunda-feira, 13 de março, a presidente do Conselho Internacional da OIC informou que o Peru retirou sua candidatura, restando, assim, quatro candidatos (Brasil, Indonésia, México e Suíça). Devido à complexidade do processo de votação previsto no regulamento da Organização, optou-se pelo uso de “confessionários” (encontros individuais das delegações de cada país membro com a presidente do Conselho visando a avaliar o posicionamento e a preferência de cada membro em relação aos candidatos). O objetivo foi alcançar consenso na escolha do diretor executivo, evitando o desgastante processo de votação.
O primeiro passo do processo foi a apresentação dos discursos pelos candidatos, oportunidade em que as delegações presentes tomaram conhecimento das experiências e capacidades dos postulantes e de suas agendas propostas para a OIC. Um moroso processo de negociação se arrastou por toda a semana e, somente hoje, foi definido que o brasileiro José Dauster Sette será o novo diretor executivo da OIC.
Após os intensos trabalhos durante toda a semana, a delegação brasileira comemorou imensamente o resultado. O embaixador Hermano Telles Ribeiro lembrou a rápida articulação no Brasil, capitaneada pelo Conselho Nacional do Café, alcançando união e convergência entre os setores públicos e privado para a apresentação de um candidato de peso, permitindo que o País continuasse à frente da Organização.
O presidente do CNC aproveita a oportunidade para exaltar o exímio trabalho de negociação liderado pelo embaixador Hermano, que garantiu o resultado favorável ao Brasil. Silas Brasileiro também considera que a experiência de José Sette em gestão administrativa e financeira de organismos internacionais, além de seu amplo conhecimento do setor cafeeiro, confere-lhe todos os requisitos necessários para fortalecer a OIC como o fórum internacional de gestão dos assuntos cafeeiros.
Apresentamos, resumidamente, os principais pontos da agenda proposta por Sette: (i) reorganizar administrativamente e concluir o processo de revisão estratégica da OIC, criando escopo para o fortalecimento do setor de estatísticas; (ii) maior aproximação da Organização com os membros e ampliação de sua representatividade; (iii) valorizar o aspecto econômico da sustentabilidade; (iv) ampliar a consciência e o desenvolvimento de estratégias mitigadoras das mudanças climáticas; (v) diversificar as fontes de financiamento dos projetos cafeeiros; (vi) ampliar os impactos promocionais do Dia Internacional do Café; e (vii) construir, de forma participativa, indicadores de desempenho para a OIC (Keys Performance Indicators – KPIs).
Fonte: CNC