Em função de uma queda na produção de milho local, os avicultores do Rio Grande do Sul planejam importar milho dos Estados Unidos. O estado espera colher cerca de 4.6 milhões de toneladas neste ano, uma queda de 23% se comparado à safra anterior. O estado consome 6 milhões de toneladas todos os anos, o que indica um déficit de quase 1.5 milhão de toneladas.
Com a falta de fornecimento da Argentina devido à seca e o alto custo para trazer o produto do Mato Grosso, avicultores gaúchos vão apelar ao milho norte-americano. A Associação Gaúcha de Avicultores confirmou que o primeiro embarque dos Estados Unidos (com 100.000 toneladas) deve chegar já em abril, de acordo com informações do site Agriculture.com.
“Já estamos tornando a operação viável por meio de nossos portos e terminais”, disse José Eduardo dos Santos, presidente da Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura). Para ele, os preços também influenciaram a decisão. “Nós tivemos a pior produção de milho no Rio Grande do Sul em quase 30 anos e os preços no Mato Grosso são muito altos”.
Para importar de fora do Mercosul, os brasileiros precisam completar um pedido formal. Isso já foi feito e está sob a revisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A última vez que uma solicitação desse tipo foi aprovada foi em 2016.
O analista da T&F Consultoria Agroeconômica Luiz Pacheco, um consultor radicado em Curitiba (Paraná), acredita que outros estados devem fazer o mesmo, incluindo Santa Catarina.
“O déficit de milho em Santa Catarina é de 2.5 milhões de toneladas, o que os forçará a importar da Argentina, Paraguai ou Estados Unidos. O etanol também contribui para a escassez. Além do custo, agora existem quatro plantas de etanol no Mato Grosso e duas estão sendo construídas para competir pelo milho produzido lá”, disse Pacheco.
Fonte: Agrolink
