O Brasil tem necessidade de investimentos da ordem de R$ 15 bilhões por ano para impedir que o déficit de armazenagem de grãos, estimado em 117 milhões de toneladas nesta safra, continue a aumentar, disse nesta terça-feira o presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Paulo Bertolini.
Durante seminário do Lide Agronegócios em São Paulo, Bertolini indicou que o Plano Safra 2022/23 liberou R$ 5.13 bilhões de recursos pelo PCA, linha de crédito para investimento em armazéns do setor.
“Não vai chegar nem a isso, se continuarem os números atuais”, disse ele, mencionando que há concentração de recursos em alguns projetos. “Há também suspensão de linhas de crédito rural pelo BNDES que afetam a aplicação de investimentos pelo produtor”.
Bertolini disse ainda que a armazenagem dentro da fazenda tem aumentado cerca de 1% ao ano, e somente a região Sudeste tem superávit. Todas as demais são deficitárias.
O Brasil estima uma colheita recorde de grãos para 2022/23, com aumento na produção de soja, levando o País a uma safra de verão maior que a capacidade de armazéns, pela primeira vez em 20 anos, segundo antecipou a Reuters.
