O Brasil exportou na safra 2023/24, encerrada em junho, 47.300 milhões de sacas, 32,70% acima das 35.632 milhões de sacas do período de julho de 2022 a junho do ano passado, informou, nesta quarta-feira, o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), em nota. O volume é recorde e supera as 45.675 milhões de sacas do ciclo 2020/21.
A receita aumentou 20,70%, de US$ 8.142 bilhões no ciclo 2022/23 para US$ 9.826 bilhões em 2023/24. Em junho, os embarques do produto totalizaram 3.573 milhões de sacas e US$ 851.4 milhões de receita. Nos dois casos o resultado é recorde para o sexto mês do ano e representam aumentos de 35,70% e 44,70%, respectivamente, em relação a junho de 2023. No 1º semestre de 2024, os embarques de café totalizaram 24.286 milhões de sacas, com receita de US$ 5.331 bilhões. Isso resultou em aumentos de 49,60% e 50%, respectivamente.
Em nota, o Presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, avaliou que o Brasil conseguiu conquistar espaço no mercado ao aproveitar a menor disponibilidade de outras origens. “O Brasil, com uma safra melhor, após dois ciclos de colheita menor, ampliou a sua fatia de mercado no comércio global, ocupando espaços deixados por oferta reduzida de outros produtores, como Indonésia e Vietnã, principalmente com o Conilon e o Robusta nacionais”, indicou.
Destinos
Os 10 principais compradores dos cafés do Brasil aumentaram as suas aquisições na safra 2023/24. Os Estados Unidos encabeçam o ranking, com 7.062 milhões de sacas, ou 2,80% a mais do que no ciclo anterior e 14,90% das exportações totais. A Alemanha, com representatividade de 13,80%, adquiriu 6.508 milhões de sacas (+ 26,10%), à frente de Bélgica com 3868 milhões de sacas (+ 111,50%), Itália com 3.774 milhões de sacas (+ 26,30%), e Japão com 2.471 milhões de sacas (+ 20,20%). Também integram a lista dos dez maiores compradores do café brasileiro o Reino Unido, China, Holanda, Turquia e Espanha. Superaram os 100% de aumento das compras o Reino Unido (+ 137,40%) e a China (+ 186,12%).
Pelo Porto de Santos saiu a maior parte do café exportado pelo Brasil na safra 2023/24, ou 32.607 milhões de sacas, 68,90% de todo volume comercializado. Segundo a Cecafé, por causa das limitações logísticas no porto santista, a representatividade deste porto em relação ao total exportado foi a menor da história. Na sequência, aparecem o complexo marítimo do Rio de Janeiro, com 28,10% das exportações ou 13.269 milhões de sacas remetidas ao exterior, e o Porto de Paranaguá (PR), com o embarque de 465.770 sacas e representatividade de 1%.
Segundo o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela ElloX Digital em parceria com o Cecafé, 254 navios destinados à exportação de café sofreram atrasos ou alterações de escala nos portos brasileiros em junho, o que representa 62% dos 413 porta-contêineres movimentados no mês passado. Em Santos, foram 118 embarcações com atraso no embarque, ou 82% do total. “Seguimos nos deparando com intensos gargalos logísticos, com problemas no exterior devido à permanência de conflitos geopolíticos, e, internamente, com o esgotamento do principal porto brasileiro, em Santos, o que tem gerado altos custos adicionais e imprevistos aos exportadores”, informou Márcio Ferreira, na nota.